Coligação Juntos por Guimarães chama a atenção para as dificuldades dos clubes
Alguns atletas podem perder-se "definitivamente".
Numa altura em que os clubes começam a preparar a nova época desportiva, a Coligação Juntos por Guimarães pretende iniciar uma ronda pelas coletividades desportivas do concelho para compreender melhor os problemas que enfrentam e para, junto com os responsáveis destas instituições, reunir ideias para o seu programa eleitoral. Entretanto, a Coligação avisa que “sem um programa corajoso de apoio às coletividades desportivas e de eliminação de barreiras ao início da prática desportiva, nos próximos tempos corremos os risco de ver clubes a encerrar portas ou a acabar com modalidades”.
Alguns atletas podem perder-se “definitivamente, depois de duas épocas parados”, alerta a CJpG. A Coligação cita a entrevista dada por Pedro Guerreiro à revista Mais Guimarães, em que o vice-presidente do Vitória diz que “o impacto da pandemia nas modalidades amadoras foi brutal”. A Coligação conclui que “a suspensão de toda a atividade desportiva significou a perda de receitas, mas também a quebra da ligação dos jovens atletas com as modalidades e com a prática desportiva em geral”.
“Sem possibilidade de treinar e competir, os jovens refugiaram-se, ao longo deste ano, em outras atividades mais sedentárias”, alerta a Coligação PSD/CDS.
Para levar os jovens de volta ao desporto, no entender da Coligação, é “fundamental eliminar o mais possível as barreiras que se interpõem entre os jovens e a prática desportiva. Uma dessas barreiras são os custos, entre eles as inscrições federativas, os seguros e os exames médicos obrigatórios. Brevemente começará uma nova época, os clubes e as famílias, sacrificados pelo período que atravessamos, têm que ultrapassar esta barreira”.
A Coligação teme que se nada for feito muitos jovens poderão não ultrapassar este “primeiro patamar”.
A CJpG sugere que a Câmara Municipal de Guimarães recupere a proposta lançada pela Coligação – “Desporto para Todos” –, que prevê o pagamento destes custos a todos os atletas dos escalões de formação dos clubes do concelho que participem em competições organizadas por federações com estatuto de utilidade pública desportiva e pelas associações regionais que as representam.
Desde novembro de 2018, que a Câmara suporta estes custos aos atletas abrangidos pela Ação Social Escolar. “Foi um curto passo em frente (o Município previa gastar com esta medida 125 mil euros por ano), que agora é preciso alargar à generalidade dos atletas, à semelhança do que se fez com os livros escolares”, desafia a Coligação.
Sociais-democratas e centristas, acusam o PS de manter dois discursos: “o do vereador do desporto, Ricardo Costa, que nas suas intervenções junto dos clubes se mostra favorável ao pagamento destas despesas; e o de Domingos Bragança que insiste na indexação dos apoios à situação económica do atleta. Seria bom que houvesse um entendimento sobre esta matéria, neste momento tão importante para a vida dos clubes e para o futuro dos atletas”, concluem.
“O Município de Guimarães tem que encarar as coletividades desportivas como pilares fundamentais na formação dos jovens e tratá-las com a dignidade que merecem. Não é possível que a Tempo Livre receba um reforço de 60% no seu orçamento (mais de 600 mil euros) e que para a generalidade dos clubes do concelho tenha sido anunciada uma ‘esmola’ de 60 mil euros a distribuir por todos”, critica Ricardo Araújo.
A crítica do vereador do PSD já tinha sido lançada em setembro e reiterada em novembro quando a Coligação apresentou a proposta de um “Programa Extraordinário de Apoio ao Desporto”, chumbada pela maioria socialista.
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