Do chumbo às eleições, vamos aos trambolhões

Por Eliseu Sampaio.

Eliseu sampaio

Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesO acontecimento da última semana é claramente o chumbo do Orçamento de Estado. É inevitável falar-se dele pelo impacto que este momento, único na nossa história democrática pós-74, terá nas nossas vidas nos próximos meses, ou anos até.

Após algumas semanas numa espécie de negociações, que em alguns casos acredito que de negociações tivessem apenas o termo nos rodapés dos telejornais, entre o Partido Socialista e os seus parceiros de “geringonça”, o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda, que sustentaram o Governo durante os últimos anos, o Orçamento foi chumbado na Assembleia da República, contando com os votos favoráveis apenas dos socialistas.

Esta quinta-feira, o presidente da República deverá anunciar eleições legislativas antecipadas, que deverão realizar-se durante o próximo mês de janeiro.

Em termos políticos “isto vai uma salgalhada”, como se diz na minha terra. À esquerda, o PS está sem discussão interna, aparentemente, e mesmo os que não apreciam o registo de António Costa, lá têm que se aguentar porque o líder tem-se demonstrado infalível nas suas ações políticas. Até o timing das eleições antecipadas parece vir à medida das ambições de António Costa, e do partido. Mais à esquerda, quer a CDU, quer o BE terão que se voltar a afirmar como partidos “para além da geringonça”. A proximidade ao Governo e o chumbo do Orçamento de Estado poderão pesar-lhes nas urnas.

Á direita vai tudo pior, com os históricos PSD e CDS “às turras” na discussão das suas lideranças, e com processos internos complicados a pouco mais de dois meses das previsíveis eleições. O CDS num momento de quase autodestruição, como abordamos nesta edição do jornal, numa entrevista a Nuno Vieira e Brito.

Destes processos, os danos nos partidos são ainda imprevisíveis pelos sinais que estão a ser transmitidos ao eleitorado. Continuando mais à direita, e temos o Chega e a Iniciativa Liberal, que aguardam, quase como observadores, que alguns votos lhes caiam, claramente, no colo, pela confusão que para aí vai.

Precisamos que se alinhem ideias e de projetos para o futuro do país, era sobre isso que deveríamos estar já a falar. E não estamos, uma vez mais.

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