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DOIS VIMARANENSES A CAMINHO DO MUNDIAL DE OCR

Diogo Azevedo e Sofia Lobo pertencem à elite mundial da modalidade e estão apurados para o Mundial de 2018, em Inglaterra.

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Diogo Azevedo e Sofia Lobo pertencem à elite mundial da modalidade e estão apurados para o Mundial de 2018, em Inglaterra. Atletas vimaranenses pedem apoios e condições para poderem treinar.

Mais de 20 quilómetros de prova com obstáculos. Técnica, força e corrida. Escalada, saltos, rastejar, enfim… cansa só de ler e imaginar. O Diogo Azevedo e a Sofia Lobo são um casal diferente do habitual. Não existirão, seguramente, muitos casais pelo mundo com viagem marcada para Inglaterra, em outubro, para participar no Mundial de OCR (Corrida com Obstáculos).

O gosto pela modalidade surgiu em 2016, mas ambos já partilhavam o interesse pelas atividades desportivas. A primeira prova em que participaram juntos foi em abril daquele ano, e de lá para cá, ainda não pararam. Desde o Europeu, em Frankfurt, passando por competições em Espanha e em Portugal, os dois colecionam quilómetros de árduos desafios.

O Europeu foi uma experiência enriquecedora, mas os vimaranenses acabaram por ficar a menos de um quilómetro da meta “Estava a correr bem, mas a Sofia tem uma fobia a água, então havia um obstáculo, com um escorrega com 15 ou 20 metros de altura, em direção à água. A Sofia acabou por ficar com receio e não fez o obstáculo. Eu fiquei um bocado chateado e acabei por não fazer também. Tínhamos 21 quilómetros nas pernas nessa altura”, conta Diogo Azevedo, lembrando o episódio com boa disposição.

No início da prova todos os atletas têm uma pulseira e se falharem um obstáculo obrigatório, a organização corta. O atleta pode tentar ultrapassar o obstáculo quantas vezes quiser, ou quantas vezes a sua resistência física permitir. No Europeu, a organização decidiu criar penalizações, ou seja, se um atleta não passar o obstáculo, tem que fazer uma corrida. No entanto, os obrigatórios têm mesmo que ser ultrapassados. Para o Mundial que decorre de 19 a 21 de outubro, o objetivo do casal vimaranense é trazer a pulseira para casa.

Em Portugal, a modalidade encontra-se em fase de crescimento, mas a grande concentração de atletas localiza-se em Lisboa. O campeonato nacional da modalidade poderá ser uma realidade ainda este ano, uma vez que a criação da Associação OCRA Portugal está praticamente concluída. A primeira prova do calendário nacional está marcada para março, em Montalegre. “Ali vamos ter o obstáculo do frio, a somar aos de força e aos técnicos”, acrescenta Diogo.

Atletas pedem mais apoios

As inscrições nas provas não ficam baratas, podendo variar entre os 35 e os 180 euros, e os apoios, segundo Diogo, são “quase inexistentes”: “o único apoio foi dado este ano, por nós estarmos a fazer um treino no Porto. Felizmente ofereceram-nos o passe da época”. Em Guimarães não há onde treinar. “Tive que montar um local para treinar no jardim de casa dos meus pais. Investi em ferro e fui tirando ideias das corridas. As únicas condições que tenho são aquelas em minha casa”, refere Diogo Azevedo. “Peço claramente apoios, não só para mim, mas para os atletas portugueses. Esta modalidade é pouco falada, mas está claramente a crescer”.

Dor durante a corrida corrigida com treino pliométrico

As dores de Diogo Azevedo durante a corrida, especialmente nas descidas, faziam com que ele perdesse tempo na vertente de corrida, prejudicando irremediavelmente o seu tempo na prova. Segundo a fisioterapeuta Elsa Anjos, o desconforto no gémeo interno durante a corrida tinha como origem as várias entorses registadas e a biomecânica do pé. “Tentámos contrariar isso e aliviámos a sintomatologia, mas mais importante que isso foi voltar educar o padrão de marcha. Foi difícil porque o cérebro tinha que processar essa informação”, explica Elsa.

A solução passou pela aplicação do treino pliométrico, que consiste num alongamento do tendão do músculo, seguido do seu imediato “encolhimento”, através de saltos unipodais e bipodais. Segundo Elsa Anjos, o sucesso da recuperação do Diogo tem a ver com o controlo do movimento: “ele está habituado a alta intensidade e quando recruta fibras que lhe exigem menos intensidade, ele quebra. Era isso que acontecia nas descidas, pois não apoiava o pé de uma forma correta e acabava por perder tempo”.

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