As auditorias externas, que serão realizadas por “empresas reputadas, independentes e certificadas, contratadas por concurso”, incidirão sobre os últimos sete anos de atividade, sob a governação de Domingos Bragança.

As auditorias vão realizar-se até ao final do seu último mandato, até setembro de 2025, e terão em conta os subsídios atribuídos pela Câmara Municipal ao apoio à realização de eventos desportivos e culturais. A fiscalização será alargada às principais cooperativas municipais, vincou Domingos Bragança.

As auditorias decorrerão nas empresas municipais Vitrus e Vimágua, e nas cooperativas municipais Tempo Livre, Oficina e Taipas Turitermas, o universo empresarial municipal mais representativo.

Esta decisão de Domingos Bragança, anunciada aos jornalistas após a reunião de câmara desta segunda-feira, surge na sequência da polémica gerada com um apoio do município concedido à AVH – Associação Vimaranense de Hotelaria – para a realização de um torneio de Padel em Guimarães, o Open Emblezart by Life Padel.

A organização do torneio foi atribuída pela Federação Portuguesa de Padel ao Life Padel, empresa detida em 50% por Pedro Emanuel Bragança, filho do presidente da Câmara Municipal.

A AVH associou-se ao evento possibilitando que o mesmo se realizasse também no centro da cidade. Vários encontros, e as finais, decorreram no campo localizado na Plataforma das Artes e da Criatividade, onde foram colocadas bancadas e uma zona de convívio dinamizada pela Associação Vimaranense de Hotelaria.

A proposta de apoio à AVH foi aprovada a 01 de junho último, em reunião de câmara, por unanimidade. Com a polémica, Domingos Bragança solicitou a realização de uma auditoria interna e verificou-se “poder haver uma situação de impedimento”, por poder beneficiar a uma empresa de um familiar, a Life Padel, neste caso concreto.

Por ter participado na votação da proposta a 01 de junho – podendo estar impedido legalmente de o fazer – o edil colocou a votação na reunião de câmara desta segunda-feira, a sua anulação.

Posteriormente, na reunião de hoje, decorreu uma nova votação na nova proposta de atribuição do subsídio, no mesmo valor, e em que o edil não participou. A oposição votou contra, em bloco, mas o apoio acabou por ser aprovado pela maioria socialista.

Sobre o pedido de auditorias aos subsídios concedidos pela Câmara Municipal, Domingos Bragança diz que o objetivo é a “defesa do bom nome da Câmara e de todos os que nela trabalham, dando o seu melhor”.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

“A minha honestidade estorva muitos. O melhor e maior bem que se pode ter na vida pública e na representação como Presidente da Câmara Municipal é a honestidade”, diz Domingos Bragança

Sobre a polémica à volta do apoio concedido à Associação Vimaranense de Hotelaria, e sobre o seu impedimento em votar tal proposta, Bragança considera ter sido um “erro formal, mas involuntário. Os vimaranenses conhecem o presidente da Câmara e sabem da sua honestidade. Se esta honestidade estorva muita gente, fazemos as auditorias necessárias, não por escolha direta da Câmara Municipal, mas por concurso público”, vincou o edil.

Domingos Bragança disse ainda que “na vida pública de representação da Câmara de Guimarães, uma das maiores e mais simbólicas do País, temos de ser referência na boa gestão pública. Tanto na boa liderança pública como na pessoal, temos de ser exemplo para as gerações que nos seguem”, referiu.

Ainda na sequência desse assunto, e na declaração prestada aos jornalistas, o edil considerou a iniciativa da entidade beneficiária, a AVH, de apresentar, em conferência de imprensa, as contas pormenorizadas do seu envolvimento no Torneio de Padel, “uma boa prática que deverá ser seguida por todas as entidades que realizam eventos com o apoio público da Câmara”.

Domingos Bragança faz saber que este exemplo da AVH deveria também, e de imediato, ser posto em prática pelas entidades envolvidas nos eventos ocorridos na última semana.