DOMINGOS BRAGANÇA EM ENTREVISTA

Presidente da Câmara fala à Mais Guimarães do prémio alcançado em setembro, do caminho percorrido, e do muito que ainda há para fazer para transformar o concelho num território mais verde.

bragança

Depois da UNESCO ter inscrito o Centro Histórico de Guimarães nas lista de bens Património Mundial a 13 de dezembro de 2001, da Capital Europeia da Cultura em 2012 e da Cidade Europeia do Desporto no ano seguinte, Domingos Bragança lançou o desafio aos vimaranenses durante a sua primeira campanha para a presidência da Câmara Municipal, e candidatar Guimarães a Cidade Verde Europeia 2020.

Quatro anos depois, e já após ter sido reconduzido no cargo de Presidente da Câmara Municipal para mais um mandato, Domingos Bragança fala à Mais Guimarães do prémio alcançado em setembro, do caminho percorrido, e do muito que ainda há para fazer para transformar o concelho num território mais verde.

Que importância confere a este prémio atribuído a Guimarães?

É o resultado de um trabalho permanente que envolve muitas pessoas e instituições. É um trabalho coletivo com as Universidades, o Laboratório da Paisagem, as escolas, as Juntas de Freguesia e muitas entidades e associações ligadas ao ambiente, que partilham do entusiasmo de construir um futuro mais verde, de proteção da natureza e do ambiente, que são marcas da nossa ação governativa.

Guimarães foi um dos seis municípios portugueses que assinou recentemente, com a associação ambientalista ZERO, um protocolo para o cálculo da sua Pégada Ecológica e da Biocapacidade ao nível municipal, nunca antes feito em Portugal, e mesmo muito raro a nível mundial. Mas Guimarães foi também dos primeiros municípios que avançou com a alteração de iluminação pública para sistema LED e que tem um programa ambicioso de investimento nas energias renováveis em edifícios públicos (sendo exemplo marcante a nova Academia de Ginástica) ou nas habitações sociais. Esta é a nossa visão de futuro para Guimarães, do nosso caminho do desenvolvimento sustentável.

Sente que este é o caminho certo para Guimarães e que tem conseguido envolver os vimaranenses?

Estar na vida política, para mim, é envolver as pessoas, criando maior proximidade entre os órgãos decisores e os munícipes. Os vimaranenses gostam da sua cidade e do seu concelho, envolvem-se nos projetos que a Guimarães dizem respeito, sentem que fazem parte e que vão continuar a fazer. Todas as pessoas são necessárias neste caminho que abraçamos e precisamos tanto de incluir todos. Desejo muito que cada vimaranense seja um Ecocidadão. Tão ou mais importante que sermos um dia Cidade Verde Europeia é o caminho estamos a percorrer.

Está satisfeito com os resultados do trabalho já realizado?

Estamos a fazer o nosso caminho e os resultados desse trabalho começam a surgir. A capacidade que temos de resolver ou superar as fragilidades faz parte de um caminho que obriga à alteração de hábitos e comportamentos de todos, sendo que a resolução desses problemas será sempre um ato contínuo. Continuar Guimarães significa ter a noção de tudo quanto se conquistou, mas também de tudo que ainda falta fazer em vários domínios, principalmente na área da sustentabilidade ambiental. O trabalho feito na monitorização da qualidade das linhas de água, de combate às ligações indevidas de águas residuais e pluviais, de reabilitação mas margens ribeirinhas ou mesmo de investigação científica na área dos recursos hídricos, refletem muito daquilo que ambicionamos ao nível da política ambiental municipal.

Dos projetos concretizados ou em curso, quais destaca?

Uma obra de referência, entre tantas outras, é a ligação às vilas do concelho de Guimarães por uma ecovia e percurso pedonal. Estamos a ligar o Parque da Cidade à cidade desportiva; a fase seguinte, já no próximo mandato, é ligar a cidade desportiva ao parque de Ardão e ao longo da margem do rio Ave levar a ecovia a Ronfe/Serzdedelo e a Ponte/Taipas até Donim, com a construção de passadiços onde for necessário. Queremos, ao longo de todo o rio Ave, recuperar as suas margens para a fruição de todas e de todos, construindo galerias ecológicas que permitam a identificação e preservação da fauna e flora autóctones, reabilitar os moinhos e espaços fluviais.

Quais os investimentos que prevê realizar nesta área durante o próximo mandato?

Um projeto que concretiza o meu pensamento e que me dá tanta satisfação é o da requalificação arquitetónica e energética dos edifícios de habitação social da Câmara de Guimarães. São 350 casas que vão ter água quente através de painéis solares, energia para as áreas comuns através de painéis fotovoltaicos, janelas de vidro duplo e placas nas paredes para minimizar as transmissões térmicas e outras beneficiações. O projeto está pronto para a abertura do concurso destinado à realização de uma obra, que tem financiamento comunitário aprovado. Estou a trabalhar para que também os edifícios sociais da responsabilidade do IHRU possam também ter o mesmo tipo de intervenção.

Também estamos a trabalhar, Câmara Municipal, Irmandade da Penha e Universidade do Minho, num Plano de Ação para a classificação de toda a montanha da Penha, desde o Parque da Cidade, ao Santuário da Penha e à Lapinha, como ‘Paisagem Protegida’. Este Plano inclui entre outros projetos: o cadastro de propriedade; a reflorestação por folhosas e árvores autóctones de diversos espécimes como o carvalho, sobreiro, freixo, amieiros, castanheiros e outras; a beneficiação dos percursos pedonais e cicláveis (caminho real e outros), a criação da rota da biodiversidade, da fauna e a flora.

Creio que hoje ninguém duvida que o caminho escolhido sensibilizou toda a comunidade para o imperativo de construção de um território sustentável e amigo do ambiente. Todos estamos convocados para transformar Guimarães numa referência ao nível do seu património natural e ambiental, como já o somos ao nível do património cultural e histórico.

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