Duarte Lopes pede mais “responsabilidades para os estudantes”
Na cerimónia de celebração do 48.º aniversário da Universidade do Minho.
Duarte Lopes, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), acredita que os estudantes deixaram de ter o papel “do só e apenas contra, consciente, contudo, que em tempos, era isso que era pedido porque essa era a luta que era necessária, numa realidade onde pouco ou nada era a favor”.
Para o novo presidente da AAUMinho, “os estudantes querem estar nos processos” e pediu por isso, na cerimónia de celebração do 48.º aniversário da Universidade do Minho (UMinho), que os “envolvam e adotem um modelo de students as partners, como já podemos ver em algumas das instituições de ensino superior mais vanguardistas internacionais”. Mais “responsabilidades para os estudantes”, referiu.
Duarte Lopes quer ver algumas mudanças na instituição de ensino que frequenta, mudanças que considera “essenciais por motivos que ultrapassam o ensino em si, mas que englobam a vivência e formação da comunidade estudantil”. Começou, assim, por referir a “promoção da diversidade”. Fala de “modelos de ensino que permitam a flexibilização”, uma vez que “há estudantes atletas ou trabalhadores, há dirigentes ou artistas, há seres notívagos ou diurnos. Todos eles com necessidades diferentes e horários necessariamente diferentes”.
“Não menos importante, o bem-estar e a saúde mental”, disse referindo que “é tempo de procurar de forma séria alternativas a modelos de ensino e avaliação assentes competitividade onde se apresenta como objetivo final a realização de um ou dos exames”.
A participação dos estudantes, dando-lhes tempo para se envolverem, “é também relevante”, explicou o estudante de direito. Fala, assim, de uma universidade que seja “mais do que um espaço para a formação académica”. Atividades de promoção cultural, associativa e desportiva “são fundamentais”, reconheceu.
Na investigação, tal como no ensino, acredita que se deve “continuar na trajetória de crescimento, dando nota de uma questão em particular, que se prende com os estudantes de 3.° ciclo”. Tendo isto presente, recai sobre a UMinho e a própria AAUMinho “procurar acolhê-los da melhor forma para que possam ser verdadeiramente incluídos”.
Duarte Lopes lembrou ainda a carta aberta enviada ao primeiro-ministro, António Costa, na qual várias associações académicas apelam que a Ciência, Tecnologia e Ensino Superior se mantenham como área ministerial. “No passado dia 9 de fevereiro, o Movimento Associativo Estudantil uniu-se e veio a público expressar o seu descontentamento com os rumores que corriam e correm sobre a fusão do referido ministério com o ministério da Educação, eventualmente reduzindo o ensino superior a uma secretaria de estado. Este é, não só no entender da Associação Académica da Universidade do Minho, mas também dos representantes estudantis das Academias de Lisboa, do Algarve, de Aveiro, da Beira Interior, de Evora, da Madeira, de Trás-os-Montes e Alto Douro, do Porto, e todo o Ensino Superior Politécnico, um erro e um enorme retroceso nas políticas públicas no Ensino Superior”, disse acrescentando que “o ensino superior tem que ser uma prioridade do país”.
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