EDIÇÃO DE 2017 DOS FESTIVAIS GIL VICENTE COMEÇA ESTA QUINTA-FEIRA
Festivais arrancam com estreia absoluta de “Geocide” às 21h30
Em ano marcado por olhar profundo à obra de Raul Brandão, que também se fará sentir nesta edição, os Festivais Gil Vicente propõem uma nova lógica de relação com o que está à sua volta, ao pretender detetar e valorizar o aparecimento do talento territorial existente. |
Para Rui Torrinha, “as linhas identitárias mantêm-se enquanto base matricial – novas dramaturgias e releituras de textos essenciais – mas, a partir desta edição, ambicionamos (também) tornar os Festivais Gil Vicente num corpo de trabalho regular e gerador de novas ideias. Lançaremos, assim, a partir de uma ideia nascida no seio do Teatro Oficina – o Gangue de Guimarães – uma residência artística assente em 2 vetores: formação dramatúrgica e identificação do potencial criativo dos elementos do grupo entretanto constituído. Uma atividade a integrar nos Festivais, para os anos seguintes.
Sobre o elenco, para além da obra de Raul Brandão, “Os Pescadores”, levada a palco por João Sousa Cardoso, encontraremos 3 peças em estreia (“Geocide”, “Ela Diz” e “Álbum de Família”) e o regresso do Teatro Praga com “Despertar da primavera, uma tragédia de juventude”, a partir da tradução de José Maria Vieira Mendes para o texto de Frank Wedekind. E ainda “Henrique IV parte 3”, de Jacinto Lucas Pires. Uma edição que procura privilegiar uma certa proximidade entre o público e os artistas, para além de propor palcos pouco convencionais. Caso para demonstrar que o teatro pode acontecer em qualquer lugar”. Este ano, os Festivais Gil Vicente têm como ponto de partida a estreia de “Geocide”, um espetáculo da Estrutura (Cátia Pinheiro e José Nunes), com a colaboração dramatúrgica de Rogério Nuno Costa, que se lança nos temas da mobilidade demográfica, das narrativas distópicas, das visões de futuro apocalípticas, da biopolítica e, consequentemente, da geopolítica. No palco, três seres habitam um espaço e a ação não está naquilo que eles transportam, mas no dispositivo que pisam. Imagina-se um tempo (“futuro”?) onde a memória terá sido apagada a favor de uma noção de humanidade reduzida à (sua) eterna contemplação. Fotos: DR |
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