Empresas em debandada…   

Por Rui Arminfo Freitas.

Rui Armindo Freitas_2

por Rui Armindo Freitas
Economista e Gestor de EmpresasNa semana passada tomámos conhecimento por um jornal económico que mais uma empresa de Guimarães iria privilegiar outro concelho para o seu investimento de expansão. Se perguntarmos ao executivo socialista de Guimarães, que nos gere há mais de 30 anos, o que acha sobre isto, dirão que tudo está bem. Mas a realidade é que nos últimos anos fomos assistindo à saída de empresas de referência de Guimarães para outros concelhos. No sector têxtil, construção e agora calçado, por mais que os empresários tenham afinidade com a sua terra, os obstáculos são tantos, que invariavelmente acabam por desesperar e partir para outros concelhos. Uns de forma total outros de forma parcial, a realidade é que, e muitas vezes apesar dos esforços, acabam por ser confrontados com a realidade de que, apesar de ser a sua terra, Guimarães tornou-se numa cidade inimiga do investimento privado. A falta de planificação urbana, leva a que não só não existam locais para atrair empresas de fora do concelho, como já não permite que as que cá se encontram possam ter as condições óptimas para o seu desenvolvimento. Durante muito tempo foi sendo alertado por vários sectores da sociedade que era necessário promover a atracção de investimento. Nada foi feito! Mas hoje a situação chegou a um nível de degradação tal que nem quem cá está consegue ficar. É que reflita-se sobre o estado actual de coisas, mudar uma empresa que já cá está para outro concelho, demonstra um nível de falta de competitividade tão grande, que compensa incorrer em custos enormes por parte das empresas, que percebem ser a deslocalização um bom investimento. Conclui-se que hoje investir em mudar de concelho já compensa em Guimarães. A uma câmara municipal compete criar as condições favoráveis para o desenvolvimento económico, mas por cá já só se pede que não obstaculize. Falta de solos designados para fim industrial com acessos capazes, processos de licenciamento morosos e dispendiosos, uma burocratização desesperante, enfim, de cidade industrial e capital de trabalho, chegamos a este ponto. Embora para o Partido Socialista tudo esteja bem, os sinais são cada vez mais vívidos deste desastre e só o autismo de uma maioria gasta permite que não se reconheçam as evidências.

O tempo vai passando e o estado de coisas vai-se degradando, se se defendia atracção de investimento, hoje discutimos retenção de empresas… Contudo, no melhor espírito democrático, reconheço legitimidade ao PS de Guimarães e á sua maioria para exercerem o poder com o objectivo de uma terra mais pequenina, sem a agitação das grandes cidades. Reconheço o objectivo legítimo de querer deixar para futuro um concelho com menos população, menos empresas e com uma pacatez que nunca foi tradição das nossas gentes. Mas exijo a coragem para assumirem que esse é o caminho que perseguem, e não aceito que preguem o contrário e apresentem estes resultados. Porque de facto se os objectivos não são aqueles que estão a conhecer a luz, então reconheça-se a incompetência socialista para fazer melhor.

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