Firmes, contra a barbárie
Por Eliseu Sampaio.
Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesDepois de dois anos de pandemia, ainda não digeridos, vemo-nos agora com uma Guerra na Europa, gerada com a invasão russa à Ucrânia. Uma invasão, uma guerra, um genocídio, não um conflito nem uma intervenção militar especial, como nos querem fazer querer, e em que alguns ainda parecem acreditar, mesmo aqui neste cantinho ocidental da Europa.
A 24 de fevereiro, o nosso mundo tremeu.
A Europa, a velha Europa, que nas últimas décadas caminhou velozmente no sentido da defesa intransigente dos direitos humanos, das liberdades individuais, da liberdade de opinião ou de associação, acordou para uma verdade que não queria ver. Uma verdade em que quisemos acreditar durante demasiado tempo, embora todos os sinais apontassem para este desfecho, para que um episódio destes ocorresse mais tarde ou mais cedo.
Aqui ao lado, e connosco a fazer de conta, o mundo não girou à mesma velocidade. Aqui ao lado, com Putin no comando, a Rússia manteve o seu espírito czarista e os seus tiques autoritários que se manifestaram por demasiadas vezes ao longo da nossa história, em episódios que nos dói, como humanistas, lembrar.
A forma absolutamente desumana como estão a ser tratados os ucranianos que resistem na sua pátria. A violação de crianças e mulheres, as torturas, e fuzilamentos de civis, os bombardeamentos de edifícios culturais, e de sítios que servem de último refúgio para quem tenta sobreviver, só à espera que a paz regresse, são sinais de que a barbárie persiste, está lá. Esteve sempre lá.
Condenemo-la, sem hesitações.
Pelo mundo em que acreditamos.
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