Guimarães, Capital dos Impostos Altos e não só
Por Rui Armindo Freitas.
por Rui Armindo Freitas
Economista e Gestor de EmpresasNa passada sessão da Assembleia Municipal, foi possível demonstrar que viver em Guimarães é mais caro do que em qualquer outra cidade do quadrilátero: Guimarães, Braga, Barcelos e Famalicão. Começando pelo IRS, o caro leitor com certeza saberá que do valor anualmente cobrado de IRS, uma parte é para a autarquia, podendo esta aliviar a carga fiscal, se a entender demasiado penalizadora para o contribuinte. Assim, este instrumento é utilizado pelas autarquias para ajudar as famílias da classe média e para dar um sinal, que vai para além da poupança. Este sinal é o sinal da atractividade e da vontade em querer ter no concelho mais talento, fixar famílias e atrair mais população. Por isso não é de espantar que Guimarães, sendo o único concelho que aplica a taxa máxima de IRS, sim, nas restantes cidades paga-se menos IRS, vem perdendo população ao longo dos anos. Seria demagógico da minha parte afirmar que esta seria a única explicação para a perda demográfica de Guimarães, contudo é uma parte de um problema maior. Foi demonstrado também na última sessão da Assembleia Municipal que em Guimarães não é só o IRS que é mais alto. A água é mais cara, os transportes são mais caros, as piscinas são mais caras, os preços sociais praticados na Taipas Turitermas são mais altos do que em congéneres privados. Em suma o que está a suceder é que em Guimarães o rendimento médio apesar de ser mais baixo do que em Braga, por exemplo, tudo é mais caro, o que ainda torna o esforço sobre os orçamentos familiares maior do que apenas a diferença de custos que existe. Ficou claro também nesta última sessão que o caminho escolhido por este executivo é o de arrecadar mais receita para decidir por nós onde aplicá-lo, é justificado também este esforço pela componente social que a Câmara põe em práctica uma vez que é necessária a ajuda aos mais desfavorecidos. O problema é que este caminho não está a seguir o rumo que deveria, aquilo que defendo é que devemos criar uma rede de apoio aos mais desfavorecidos para que estes possam a breve trecho deixar de necessitar dessa rede e progredirem no caminho ascensional de rendimento, poder de compra e realização social. Infelizmente o que se assiste no nosso concelho é uma degradação do poder de compra em relação aos nossos vizinhos, e sem captação de investimento de outros sectores, que não os tradicionais, dificilmente fecharemos este fosso em relação às cidade vizinhas. Há anos que afirmo que a indústria têxtil e do calçado têm tido a bonomia de dar tempo aos políticos para implementarem as estratégias públicas cabais para a diversificação da nossa economia local, apesar disso nada é feito, pagamos mais impostos, ganhamos menos e cada vez mais de nós necessitarão dos tais apoios sociais…Mas não é isto o socialismo?
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