Guimarães Jazz arranca quinta-feira com programa multidisciplinar

Linguagens universais do jazz e relações (novas e duradouras) dão voz à 31ª edição do Guimarães Jazz com artistas como Dianne Reeves, Linda May Han Oh, Hamid Drake, David Murray, entre muitos outros, e cerca de 80 músicos portugueses em cartaz.

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Novembro é sinónimo de jazz em Guimarães e “reinventar permanentemente o festival”, como diz Ivo Martins, diretor artístico, tem sido uma base fundamental destes 31 anos. Esta edição, que decorre de 10 a 19 de novembro, traz consigo algumas mudanças, nomeadamente no que ao número de músicos portugueses e à voz diz respeito.

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Na quinta-feira, dia 10, tudo começa com um olhar em sobrevoo pela história do jazz que permite constatar que os músicos que atingiram os maiores patamares de popularidade no gosto público foram sempre, genericamente falando, os seus vocalistas. Um olhar que leva a Dianne Reeves, ladeada por Edward Simon, Romero Lubambo, Reuben Rogers e Terreon Gully. Considerada pela crítica a herdeira de um legado de vozes poderosas, é, atualmente, uma das vocalistas proeminentes da paisagem estelar do jazz contemporâneo norte-americano, estatuto comprovado pelos inúmeros prémios e reconhecimentos honoríficos que lhe foram atribuídos ao longo dos seus quarenta anos de careira, incluindo três Grammys consecutivos e a atribuição do prestigiado Jazz Master Award.

A viagem segue com Linda May Han Oh, contrabaixista australiana de origem malaia e baseada em Nova Iorque que, no dia 11, promete assolar com o seu quarteto formado por três músicos prestigiados da música contemporânea: o saxofonista Greg Ward, o guitarrista Matthew Stevens e o baterista Jeff Ballard. Multifacetada, Linda é também professora no reputado Berklee College of Music e compõe regularmente para cinema, tendo-se destacado recentemente ao apresentar-se em quarteto no filme “Soul”, da Pixar, tocando baixo sob a direção musical de Jon Batiste (The Late Show with Stephen Colbert) ao lado do baterista Roy Haynes.

No sábado, dia 12, tal como em edições recentes do Guimarães Jazz, o pequeno auditório do CCVF revela-se o palco ideal para a apresentação de alguns dos projetos mais desafiantes e idiossincráticos do jazz europeu, como é o caso de Benjamin Koppel, Anders Koppel and Martin Andersen Trio. Esta formação que une duas gerações da música dinamarquesa, complementadas pela presença do baterista Martin Andersen, é um projeto inédito, caracterizado sobretudo pela tentativa de conciliação da tradição clássica com a expressão informalizada do jazz, manifestada numa música versátil e dialogante com a contemporaneidade.

Neste mesmo dia, é tempo de celebrar o legado musical de Alice Coltrane às mãos do notável percussionista e improvisador Hamid Drake. A 31.ª edição do Guimarães Jazz apresenta o espetáculo “Turiya: Honoring Alice Coltrane”, concetualizado e liderado por Hamid Drake, praticante de uma música espiritual em plena sintonia com o espírito da grande harpista norte-americana que, em sincronia John Coltrane, contribuiu decisivamente para moldar o jazz nas suas vidas posteriores. A homenagem de Hamid Drake à música de Alice Coltrane envolve um ensemble instrumentalmente invulgar e eclético composto por músicos europeus e norte-americanos, expandido pelo contributo performático e as palavras da dançarina Ndoho Ange.

É no domingo que se reabre a oportunidade que o festival proporciona todos os anos aos alunos de jazz de estabelecer contacto criativo direto com instrumentistas do mais alto nível jazzístico. Nesta edição de 2022, será o trompetista e compositor Victor Garcia o responsável por dirigir o concerto inédito que a Big Band da ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo) irá protagonizar, pelas 17h00, cumprindo assim um dos objetivos pedagógicos que são parte integrante do festival.

Ainda no dia 13, o CIAJG recebe o projeto multidisciplinar proposto pela associação Porta-Jazz em parceria com o festival. Trata-se do espetáculo “matriz_motriz”, um ensemble de guitarra, eletrónica, piano e voz expandido pela presença performática e coreografia da artista norte-americana Brittanie Brown. Descrito pelo seu fundador, o guitarrista Mané Fernandes, como um exercício sobre “a especificidade do movimento”, este projeto define-se musicalmente pela interseção de técnicas mistas de improvisação, micro-composição e exploração de ritmos alternativos, três dimensões distintas percebidas não apenas como sons, mas como matrizes para uma dança que dialoga em tempo real com a música de Mané Fernandes e João Grilo e com as vozes de Mariana Dionísio, Sofia Sá e Vera Morais.

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