Guimarães, o atraso tem e terá um nome: PS
Por Rui Armindo Freitas.

por Rui Armindo Freitas
Economista e Gestor de EmpresasHá muito que escrevo que a economia local, nos últimos 20 anos, se foi debilitando. Esse efeito foi menos notório porque as chamadas indústrias tradicionais, têm, de forma estoica, mantido as suas performances, a garantirem tempo para que, quem manda na política possa traçar um plano que garanta uma economia mais diversificada e mais forte para o futuro de Guimarães. Torno-me já muito repetitivo ao afirmar que Guimarães ainda vive das grandes opções estratégicas da Exposição Industrial de 1884, e esta afirmação facilmente é comprovada quando percebemos que o nosso concelho vive ainda hoje numa lógica mono sectorial: indústria têxtil.
Contudo, o futuro preocupa-me, e ao ouvir o presidente do PSD, Ricardo Araújo, alertar em reunião de câmara para os números do PRR, ainda mais nos devemos preocupar todos. Ricardo Araújo demonstrou, com evidência sólida, que Guimarães receberá apenas 7% (€39 milhões de euros) do valor que o PRR tem destinado à nossa região, sendo que Braga receberá 52% ( €274 milhões de euros) e Famalicão receberá 17% (€90 milhões). Ora sabendo nós que estes números representam dinheiro a investir, facilmente percebemos, que seja qual for o ângulo com que se analisem os números, o efeito multiplicador na economia de €39 milhões será sempre muito inferior ao de €274 milhões. Não apenas do imediato, por ser 7 vezes menor, mas pelo efeito multiplicador que será não de 7 vezes, mas será exponencial. Ricardo Araújo chama assim a atenção para o facto de o futuro se perder hoje…e nada mais acertado. A isto o presidente de Câmara contra-argumenta, dizendo que o investimento público em Guimarães será feito e que o tecido económico vimaranense é constituído por PMEs e que estas não são o foco do PRR. Muito bem, em Braga e Famalicão não consta que o investimento público não venha a ser realizado também, e não consta que apenas grandes empresas tenham lugar nas agendas mobilizadoras em causa, apenas que terão muito mais investimento… Relembro que o PS está no poder em Guimarães há 32 anos… Se há responsáveis em Guimarães pelo ponto onde chegamos, de perda de população, de perda de rendimento médio, de comércio tradicional em estado comatoso, de uma economia mono sectorial, de incapacidade de retenção de talento, esses responsáveis têm um nome Partido Socialista. Por isso este alerta do presidente do PSD de Guimarães, Ricardo Araújo, deve ser levado muito a sério, não está em causa apenas o tempo de mandato do Dr. Domingos Bragança em Guimarães, mas o futuro dos nossos filhos nos próximos 20 ou 30 anos. O fosso continua a ser cavado entre Guimarães e as demais cidades da região, uma que ombreava connosco, outra que nunca sonhou ombrear, mas que dá passos largos para a sua economia ser um polo cada vez mais atractivo no norte de Portugal, deixando Guimarães para trás.
Cá apenas se pensa em cobrar mais impostos, e pelo menos há que louvar a honestidade socialista. Não podia deixar de lembrar neste artigo que na última assembleia municipal, o Partido Socialista afirmou, pela voz da sua bancada parlamentar, que há uma estratégia assumida de impostos altos, de cobrar o máximo à classe média, porque afirmam não governar para ela. Esta estratégia está tão clara para quem nos governa que até lhe deram um nome, pomposo por sinal, chamaram-lhe “Dumping Social Solidário”… Pensava que já tinha ouvido tudo…
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