Guimarães, que futuro…
Por Rui Armindo Freitas.

por Rui Armindo Freitas
Economista e Gestor de EmpresasNo fim de semana que passou, a política vimaranense esteve bem activa. Os dois maiores partidos, PS e PSD, tiveram actividades “fortes” que mostram bem a sua vitalidade e o momento da vida de cada uma das estruturas. Se por um lado o PSD recebia em Guimarães, dois vice presidentes do partido, 2 presidentes de câmara (Braga e Famalicão), para passar a tarde a reflectir sobre o futuro do território, boas prácticas em vigor em Cascais, Famalicão e Braga, o PS levava a cabo mais um, legítimo e democrático confronto. Estas duas actividades, mostram bem o que separa hoje estas duas forças políticas, uma aplicada em ser alternativa e discutir o futuro, outra a gerir o passado, a herança e até algum agastamento de quem se perpetua no poder que entrou já na sua quarta década. De facto a realidade é que o partido socialista está no poder em Guimarães há mais de 30 anos, sem alternância, sendo responsável pelas vitórias e derrotas do nosso concelho.
Fica então evidente, que este partido socialista que vive à sombra das vitórias do passado, está em fim de ciclo, numa gestão corrente que de estratégico para o futuro nada traz. Um desgaste patente num concelho com perda de população, um desgaste patente numa economia com a mesma composição desde meados do século passado, um poder de compra que se afunda em comparação com os demais municípios comparáveis e uma política apenas preocupada em coleccionar medalhas a que se propõe, mas que hoje já nem é capaz de conquistar. Trinta e três anos mostram ser muito tempo, trinta e três anos que deixam notar o desgaste nas mais variadas dimensões da vida vimaranense. Uma vontade de municipalizar tudo e todos que cerceia aquela que foi das comunidades mais vivas de Portugal.
É urgente não termos, como vimaranenses, preconceitos em fazer comparações com municípios vizinhos, para que tenhamos a noção de como estamos a ficar para trás. É urgente que os políticos que são alternativa, sejam capazes de mostrar que o rei vai nú. Esse trabalho está longe de ser fácil, porque as prioridades até da comunicação social parecem estar trocadas. Se se juntavam numa sala figuras de vulto do poder autárquico nacional para discutir o que realmente deveria interessar, é sintomático do que digo ter estado apenas um jornalista presente para fazer essa cobertura…Sinal de tempos de uma democracia doente, mas na qual os poderes que vão para lá do poder eleito, como são os media locais, devem reflectir sobre o seu papel na sociedade vimaranense e que sociedade querem ajudar a construir. Se uma sociedade mais livre e informada, ou uma sociedade mais distraída e desfocada daquilo que é a construção do futuro de todos nós. A democracia anda sempre na boca de todos, mas deve também estar na pena, na voz, e na alma de cada um de nós.
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