Igreja de Santa Marinha da Costa espera por obras há mais de uma década

A Igreja do Mosteiro de Santa Marinha da Costa, em Guimarães, aguarda por intervenções há mais de uma década e a degradação do espaço é visível.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

Chuva no interior, infiltração de água, telhado com falhas, humidade nas madeiras e degradação dos azulejos são apenas alguns dos problemas que a igreja sofre pela falta de obras.

A propriedade do edifício, que pertencia à Direção-Geral do Tesouro e Finanças, passou mais recentemente para a Estamo.

O pároco da freguesia da Costa, Carlos Sousa, explicou, ao Mais Guimarães, que “não há nenhuma intervenção no imóvel e o processo de degradação arrasta-se há vários anos. O problema agrava-se de ano para ano.”

Para Carlos Sousa, a intervenção é “urgentíssima” porque, “nas primeiras chuvas, verificou-se infiltrações de água e as consequências de daí advêm para as celebrações e para o património interior.” O pároco atenta para a necessidade de obras na cobertura da igreja, porque “sem essa salvaguarda da infiltração de água e de humidade, o interior irá degradar-se de dia para dia a olhos vistos”, ressalvou.

O padre vimaranense explicou que as entidades responsáveis estão a trocar ideias e a preparar uma intervenção, mas está consciente da “lentidão dos processos e das exigências das candidaturas e dos intervenientes que têm responsabilidade no edifício.” O pároco lembrou também que, recentemente, Domingos Bragança assegurou que o município iria esforçar-se para resolver a situação.

O presidente da junta de freguesia da Costa, Vitor Matos, explicou que, “depois de avanços e recuos, a Câmara Municipal de Guimarães encabeçou o processo. Está a fazer o seu trabalho de estudo e protocolo”, vincou.

O autarca espera por novidades e referiu que “é uma situação que se arrasta. Tivemos mais um exemplo com fortes chuvas e os problemas da igreja estão à vista”, ressalvou. Vitor Matos ainda frisou que “é imperdoável se o nosso Estado central, proprietário do imóvel, não resolver o problema em tempo útil. Porque o tempo urge e a situação é muito perigosa para a arte que lá está, o património, mas mais que tudo, os utentes que podem sofrer uma calamidade. Não se pode arriscar”, acrescentou.

Segundo o presidente da freguesia da Costa, o mais urgente é o arranjo do telhado: “O telhado é a origem dos problemas de infiltração de água, a primeira fase seria essa.” O autarca terminou por dizer que as intervenções seguintes podiam ser feitas por fases, como na estrutura, nos frescos, nos altares e talhas.

De forma a salvaguardar a segurança dos frequentadores, a igreja já sofre com uma restrição de espaços. Vitor Matos contou que “o acesso à zona do altar-mor já foi restringido. Foi colocado outro na zona do arco para garantir segurança. Por trás, parte da estrutura está em risco e foi decidido fazer essa mudança. Além disso, o coro alto já há três anos está vedado aos visitantes”.

Um processo que se arrasta no tempo

Em junho de 2021, ao Mais Guimarães, Manuel Guimarães, o tesoureiro da fábrica da igreja, contou que “um dia, chegamos aqui e temos uma surpresa”. Nessa altura, o pároco da freguesia da Costa, Carlos Sousa, explicou que “em 2013 disseram que era urgente. Em 2018 voltaram a repetir o mesmo.” Na altura, o Mais Guimarães mostrou o estado de degradação do imóvel, num vídeo que pode ser visto aqui.

Cerca de um ano depois, em dezembro de 2022, a Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN) anunciou que não havia verba para as intervenções de reabilitação da Igreja de Santa Marinha da Costa.

Recentemente, o anúncio de verbas para obras no museu Alberto Sampaio e no Castelo de Guimarães provocaram indignação na comunidade da Costa, já que, consideram que a intervenção na igreja revestia-se de maior urgência.

Questionada pelo Mais Guimarães na passada sexta-feira, dia 03 de novembro, o município ainda não se manifestou relativamente a esta situação.

A fundação da Igreja Santa Marinha da Costa remonta às origens da nacionalidade portuguesa. Pode ler-se, no site da Paróquia de Santa Marinha da Costa, que “o documento mais antigo desta freguesia é de 1097, onde se refere que o Mosteiro de Guimarães possuía a Igreja “ de Sancta Marina de Laurosa, e a heremita Sancto Mamete de Castro”.

 

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