Investigador da UMinho confirma que estas férias serão diferentes
O controlo térmico no aeroporto e o selo clean & safe no hotel são exemplos que “dão uma maior sensação de segurança” ao turista e às instituições

António Azevedo, professor da Escola de Economia e Gestão (EEG) da UMinho e perito em turismo, confirma mudanças no roteiro dos portugueses face à pandemia. Desde logo, convém ter um bom hospital perto do destino e, no bolso, o cartão europeu de seguro de doença ou seguro de viagens. Com tanta incerteza, haverá mais reservas em cima da hora e a época de férias pode prolongar-se até outubro, estima o investigador do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT). “Uma viagem exige uma dezena de decisões interdependentes, desde destino, transporte, transfer, alojamento, atividades, gastronomia, regresso… Se um elo desses serviços e produtos quebrar, como ser infetado num transporte público ou ser obrigado a quarentena na vinda, pode comprometer-se toda a jornada”, explica. Precisamos de planear bem cada momento e sem baixar a guarda. “É como conduzir na estrada de forma defensiva”, anui. O controlo térmico no aeroporto e o selo clean & safe no hotel são exemplos que “dão uma maior sensação de segurança” ao turista e às instituições.
Certa é a redução no fluxo turístico de Portugal neste verão. Por vários motivos. Quem esteve em lay-off deve desconsiderar destinos dispendiosos. Muitos também acordaram com a sua empresa para tirar férias durante o confinamento, logo não param no verão. Além disso, Portugal tem estado fora da lista de “países seguros”, o que diminui deslocações in e out. Há igualmente maior perceção de risco entre pessoas seniores e com patologias respiratórias, que temem transtornos sanitários, económicos e na própria experiência turística. Para estes segmentos deve haver “tolerância zero” à exposição ao contágio, cumprindo todas as recomendações de prevenção, como uso de máscara e lavagem de mãos. Porém, abster-nos das férias pode também trazer impactos psicológicos: “É importante recarregar baterias e combater a saturação dos meses de isolamento”, defende António Azevedo.
O professor admite que o consumo turístico estival deve incidir em pacotes com menos riscos, como sol e mar em destinos de baixa densidade populacional, saúde e bem-estar, golfe e enoturismo. Minigrupos na natureza e caravanismo pelo “Portugal profundo”, como diria Alexandre Herculano, são boas opções a ter em conta, “equivalem ao risco do dia a dia”. Já os cruzeiros estão em baixa. “A indústria turística tem que satisfazer as novas necessidades, com medidas credíveis e sem maquilhar o serviço”, insiste o cientista. Valerá então a pena acumularmos as férias para o próximo natal e “aí é que vai ser”? “Sem vacina até ao inverno, a situação pode piorar, com as gripes sazonais”, devolve António Azevedo. E os jovens? “Os millennials e a geração Z querem viver o momento, a aventura, a emoção, mas convém pensarem no seu agregado familiar, sobretudo em quem tem a saúde débil”, atalha.
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