Mulheres e maiores de 65 são os mais afetados pela redução da atividade física
A diminuição da atividade física durante o confinamento teve um impacto maior na população com mais de 65 anos e nas mulheres, de acordo com as conclusões do questionário sobre os “Hábitos de atividade física durante o período de confinamento social profilático - Covid-19” promovido pela Tempo Livre, através do Centro de Estudos do Desporto.
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A diminuição da atividade física durante o confinamento teve um impacto maior na população com mais de 65 anos e nas mulheres, de acordo com as conclusões do questionário sobre os “Hábitos de atividade física durante o período de confinamento social profilático – Covid-19” promovido pela Tempo Livre, através do Centro de Estudos do Desporto.
O estudo pretendeu aferir e comparar hábitos de atividade física da população de Guimarães – antes e depois do período de confinamento social profilático resultante do surto de Covid-19 – a eventual alteração de hábitos alimentares e a eventual alteração de rotinas de sono. Responderam ao inquérito 384 pessoas, tendo sido aplicada a estratificação das faixas etárias pelos intervalos do Instituto Nacional de Estatística (Censos 2011).
Em comunicado, a cooperativa municipal revela que os maiores de 65 anos e as mulheres foram os grupos que revelaram estar a sentir mais os impactos negativos do confinamento. No caso das mulheres, é, segundo a Tempo Livre, “particularmente relevante, para além da questão da prática de atividade física, a relacionada com os hábitos alimentares e das rotinas de sono alteradas”.
A redução da prática de atividade física é mais acentuada na faixa etária superior a 65 anos que passou de 85% (antes do confinamento) para os 56% (durante o confinamento), sendo também notória uma diminuição nas mulheres cuja prática de atividade física diminuiu dos 84% para os 72% (antes e após o confinamento). No escalão etário dos 40 aos 64 anos assinalou-se também uma queda dos 81% para os 75%.
No estudo, que foi realizado entre 27 de março e 16 de abril, sobressai, ainda, “uma conclusão pertinente que estabelece uma relação direta entre a prática de atividade física durante o confinamento e a perceção de uma boa condição mental”. De acordo com o estudo, os que estão a praticar atividade física dizem sentir-se melhor mentalmente.
A maioria das pessoas que respondeu ao questionário afirmou praticar atividade física, com regularidade, antes do confinamento, mantendo-se uma forte tendência (73%) para a continuidade da prática depois de ser decretada a limitação. Um total de 319 indivíduos (83% da amostra) afirmou praticar atividade física antes da pandemia e 280 (73%) declarou manter a prática durante o confinamento.
Dos inquiridos que praticam atividade física no confinamento, 55% realiza-a por sua iniciativa e 26% segue conselhos e sugestões de exercícios pelas redes sociais, sendo que 33% a desenvolve em casa, com uma regularidade acima das quatro vezes por semana (34%) e com a duração de 30 a 45 minutos (40%).
Na autoavaliação da perceção da condição física e da condição mental, a maioria dos respondentes posicionou-se no nível 3 (numa escala de 1 a 5), notando-se, no que à condição mental diz respeito, uma tendência de posicionamento para os níveis mais positivos (4 e 5). Os inquiridos do género masculino responderam mais nos níveis 4 e 5 na análise dos níveis de condição física e mental. O estudo da Tempo Livre conclui ainda que o nível médio de condição física durante o confinamento é superior naqueles que praticavam atividade física antes do confinamento, quando comparados com os que não praticavam atividade física.
A saúde mental, o sono e a alimentação
De acordo com a análise, a perceção positiva da condição mental diminui ligeiramente nas idades mais avançadas e que em relação à perceção positiva do nível de condição física esta é superior no grupo etário dos 20 aos 39 anos.
O estudo realizado pela Tempo Livre revela que 54% das pessoas não alterou os seus hábitos alimentares, havendo uma percentagem de 37% que se afirmou mais cuidadosa, em especial nos grupos etários dos 20-39 e dos 40-64 anos. As mulheres assumiram estar menos cuidadosas com a alimentação do que os homens.
Quanto às rotinas de sono, 57% das pessoas que responderam ao questionário afirmaram não ter alterado os seus hábitos de dormir, mas neste caso há 26% de pessoas a assumirem que passaram a dormir pior, sendo esta tendência mais evidenciada nos grupos etários dos 20-39 e dos 40-64 anos e nas mulheres.
O questionário aos “Hábitos de atividade física durante o período de confinamento social profilático – Covid-19”, cujo relatório pode ser acedido aqui, permitiu ainda concluir que a maioria dos respondentes sente falta da socialização (118), da liberdade (93) e da afetividade (61). As pessoas do grupo etário dos 20 a 39 anos sentem mais falta da socialização (39%), da liberdade (21%) e da afetividade (12%). As pessoas do grupo etário dos 40 a 64 anos sentem mais falta da liberdade (28%), da socialização (27%) e da atividade física (19%). As pessoas do grupo etário acima dos 65 anos referem sentir mais falta da socialização (27%), da afetividade (24%) e da liberdade (12%).
Comparativamente, as pessoas do género feminino sentem mais falta da afetividade e da rotina, enquanto as pessoas do género masculino sentem mais falta da socialização e da atividade física. Só pessoas do género masculino responderam não sentirem falta de nada.
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