O Mundial de Futebol numa realidade paralela
Por Eliseu Sampaio.
Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesPela primeira vez, o Mundial de Futebol decorre no médio Oriente. No Catar, o torneio arrancou a 20 de novembro e terminará a 18 de dezembro. Durante um mês, os olhos do mundo estarão sobre aquele país, sobre a realidade “paralela” que ali se vive, se considerarmos os nossos padrões de civilização.
Uma investigação de The Guardian, de 2021, concluiu que mais de 6.500 trabalhadores da Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka morreram no Catar desde que o país iniciou a preparação para receber o campeonato do mundo de futebol. Homens que foram “obrigados a trabalhar durante 12 horas consecutivas, sem pausas, muitos destes trabalhadores acabaram por morrer por ataques cardíacos e insuficiência respiratória devido às altas temperaturas”.
Muito já se escreveu sobre a forma como o Catar ganhou o direito de sediar o campeonato do Mundo de Futebol, sobre as denúncias de corrupção, suborno e lavagem de dinheiro que aconteceram após o anúncio da vitória daquela país na corrida à organização. Apesar de FIFA ter realizado “investigações internas” sobre estas alegações, a verdade é que o Catar foi absolvido de qualquer crime. Assim, o Mundial de Futebol está a realizar-se num cenário completamente diferente do habitual e, pela primeira vez, nesta altura do ano, alterando o calendário das competições nacionais de todos os países envolvidos.
Podíamos só falar de futebol, mas não é fácil, dá-nos uma volta ao estômago refletirmos sobre a realidade que se vive naquele país, sobre a falta de liberdade e a opressão de que são alvo os seus cidadãos, em particular as mulheres, e a forma como a FIFA, ao atribuir a organização àquele país, pactuou com os comportamentos vigentes.
No entanto, há ainda a esperança que este evento permita alguma abertura do regime, alguma transformação. Que haja qualquer coisa boa no meio disto tudo.
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