O PRÉMIO ESPECIAL ENSINO BIG É A VALIDAÇÃO DE TALENTOS COMO JOÃO
O jovem vimaranense João Neves foi o vencedor do Prémio Especial Ensino BIG (da Bienal de Ilustração de Guimarães).
O prémio foi atribuído na manhã deste sábado. O reconhecimento de talentos locais contribui para a “afirmação de Guimarães como cidade cultural”, disse o presidente do município.
Para João Neves, “é tudo muito novo”. “É a primeira vez que ganho alguma coisa”, disse, ainda com o jeito de quem foi apanhado de surpresa no reconhecimento do seu trabalho. O jovem vimaranense, de 18 anos, foi um dos distinguidos pelo Prémio Especial Ensino BIG 2019, destinado aos alunos das escolas secundárias e do Ensino Superior em estabelecimentos de ensino do concelho. A cerimónia de entrega do galardão decorreu na manhã deste sábado, no edifício dos Antigos Paços do Concelho, bem no coração do centro histórico.
Os trabalhos em exposição incidem sobre a tríade migrações, Mediterrâneo e Europa. E, como explica o vencedor do prémio atribuído este sábado, o maior desafio foi mesmo “mostrar que pode haver esperança”. Ainda assim, ressalvou João Neves, a paleta de cores fugiu para “tons mais frios”, “por ser algo não garantido”. Na ilustração do vencedor, uma mãe caminha por entre as tendas de um campo de refugiados de mãos dadas com o seu filho, que lança um olhar ao que para trás ficou. “Trabalhei por volta de sete horas nesta ilustração”, contou. E o júri, composto por Joana Rêgo, Carolina Celas e Hélder Dias salientou “o equilíbrio de composição e a sensibilidade poética com que o tema é abordado”, reconhecendo-lhe o empenho numa ilustração que, na primeira tentativa, “correu mal”.
Para João Neves, o prémio “dá uma maior projeção” ao seu trabalho e ao dos outros alunos distinguidos — José Pacheco, Nuno Duarte e Sofia Rodrigues —, para além de uma “validação do talento” do jovem. “É muito difícil arranjar algo novo para fazer, porque já muito foi feito. E é difícil manter o empenho e a vontade”, explicou, admitindo ter “perdido um pouco” de vontade de fazer o seu trabalho ser visto. Mas o prémio deu-lhe ânimo: “Trouxe tudo e mais alguma coisa de volta.”
Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, marcou presença na entrega de prémios e reconheceu a qualidade das obras expostas: “Não me importava de ter todas em minha casa.” E realçou o “foco na comunidade escolar” que este prémio trouxe, ajudando na “afirmação de Guimarães como cidade cultural”. Ainda assim, pediu “mais participação e uma maior envolvência” àqueles a quem o prémio e a exposição são dirigidos. Tiago Manuel, diretor artístico da BIG, disse que “não se pode tratar os alunos como artistas menores”, daí que esta distinção assuma um papel relevante na programação da bienal. Na próxima edição, pode-se esperar “um modelo mais abrangente” no que ao Prémio Especial Ensino BIG diz respeito.
Para o Edil, a câmara tem trabalhado para “proporcionar as melhores condições para esta área do conhecimento e da cultura, das artes visuais e, de um modo especial, da ilustração”. “A promoção da cultura é fundamental para o bem-estar da sociedade e para o desenvolvimento económico, social e humano”, acrescentou.
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