Oposição pede explicações sobre a rescisão de contrato entre a Turitermas e o médico Hélder Pereira
No período anterior à ordem do dia da reunião de câmara desta segunda-feira, dia 19, Hugo Ribeiro, vereador eleito pela coligação Juntos por Guimarães, pediu o “esclarecimento cabal” dos motivos que levaram à rescisão unilateral do contrato entre a cooperativa Turitermas e a empresa do médico Hélder Pereira.

Hélder-Pereira-barra
No período anterior à ordem do dia da reunião de câmara desta segunda-feira, dia 19, Hugo Ribeiro, vereador eleito pela coligação Juntos por Guimarães, pediu o “esclarecimento cabal” dos motivos que levaram à rescisão unilateral do contrato entre a cooperativa Turitermas e a empresa do médico Hélder Pereira, que prestava serviços na Clínica de Saúde, para além de ser cooperante da instituição.

Segundo o vereador, a oposição não vai “dar isto como uma questão simples. Nós temos aqui uma situação incómoda, que está veiculada em órgãos de comunicação nacional, que põe em causa o nosso bom nome, e a instituição”. Para Hugo Ribeiro “o Dr. Hélder Pereira, da empresa que fornece serviços à cooperativa, não é um fornecedor qualquer, é simplesmente um médico de referência que catapultou o prestígio dos serviços médicos prestados na Taipas Termal”.
O social-democrata vai mais longe afirmando que “precisamos de saber concretamente os factos que levaram a esta resolução do contrato. Se for tido como verdade aquilo que o médico Hélder Pereira diz temos uma questão muito grave, em que a resolução de um contrato está assente num delito de opinião. Isto é gravíssimo. Cria um precedente que nós não podemos permitir que aconteça na nossa comunidade”. Disse Hugo Ribeiro, lamentando que “um caso desta amplitude, que fere o orgulho das instituições em causa, não seja aqui perentoriamente defendido pelos responsáveis máximos. É um assunto que já se arrasta há muito tempo. Isto carece de um esclarecimento cabal”, terminou o vereador.
“É um assunto interno da cooperativa”.
Domingos Bragança
Em resposta, o presidente da Câmara Municipal referiu que o assunto “que é da vida interna da cooperativa Taipas Termal não foi ainda à Assembleia, e muito menos ao Conselho Fiscal. As cooperativas, as empresas têm os seus órgãos deliberativos, fiscais e executivos. Não faz sentido absolutamente nenhum falar sobre a vida interna de uma cooperativa, antes de pelo menos estes órgãos se prenunciarem, analisarem ou avaliarem e verem qual é a solução”. Disse Domingos Bragança, acrescentando que, caso a oposição queira mais informações, “pedem-mas, e eu remeto para os órgãos da Turitermas. E é assim que vamos continuar a fazer. E se, porventura não o quiserem fazer podem remeter estes assuntos todos de conflito para tribunal, para o Ministério Público. Agora, todos percebemos que estamos a meio ano de eleições”, rematou o edil.
Questionado sobre este episódio poder estar a manchar o nome da cooperativa, detida em 95% pelo Município de Guimarães, Domingos Bragança clarificou que “a defesa do bom nome está a ser assumida pela administração da Taipas Turitermas, que tem que fazer tudo conforme são os seus estatutos, os seus regulamentos, o respeito pelos seus cooperantes e pelos seus utentes, e pelas relações contratuais com os seus fornecedores. É na defesa do bom nome e da idoneidade da Taipas Termal que todo este processo está a ser conduzido”, disse o presidente da Câmara Municipal.
Cooperativa Turitermas rescinde contrato com Hélder Pereira
Recorde-se que, na passada quarta-feira, dia 14 de abril, a Hélder Duarte Pereira – Ortopedia e Investigação, Lda, tornou público nas suas redes sociais o anúncio da rescisão por decisão unilateral da cooperativa Turitermas.
A empresa do ortopedista afirmou que a Turitermas lhe comunicou a “decisão unilateral de rescindir, com efeitos imediatos, o contrato de prestação de serviços médicos, que legalmente se encontrava em plena vigência, razão pela qual somos obrigados a deixar de prestar tais serviços naquela Cooperativa”.
No comunicado, a decisão da cooperativa Turitermas é classificada como “intempestiva e infundada”, a empresa afirma que repudia “veementemente os métodos adotados para a proferir”. O comunicado acrescenta ainda que a empresa “saberá fazer prevalecer a verdade dos factos e defender os seus direitos, acima dos quais sempre colocou os superiores interesses dos utentes, a quem serviu com a mesma dedicação, zelo e diligência com que sempre se relacionou com a Taipas – Turitermas”.
A Turitermas veio afirmar, no dia seguinte, num curto comunicado às redações, que a decisão de rescindir com o ortopedista Hélder Pereira foi tomada com base em “argumentos devidamente fundamentados”. A Turitermas acrescenta que forma tomados “em conta os superiores interesses da instituição, da sua missão, dos utentes e colaboradores”.
No comunicado, a cooperativa não adianta quais foram os motivos que levaram à rotura com o ortopedista mas afirma que se reserva no direito de apresentar os referidos argumentos se “oportuno e necessário”.
No Jornal de Notícias, na sua edição de sexta-feira, 16, é referido que esta cessação do contrato de prestação de serviços estará ligada à denúncia que Hélder Pereira fez sobre o desinvestimento na Clínica de Saúde da Taipas Turitermas, após a esposa de Ricardo Costa ter adquirido uma participação numa clínica naquela vila, assim como de outros problemas existentes na cooperativa.
O contrato entre a Turitermas e o médico Hélder Pereira vigorava desde 01 de setembro de 2015.