Os empresários e a pandemia
Por Eliseu Sampaio.
Por Eliseu Sampaio,
Diretor do Grupo de Comunicação Mais Guimarães
Vivemos tempos perturbados, afetados pelo incómodo de não conseguirmos projetar o futuro como sempre fizemos, como sempre imaginamos que continuaríamos a projetar. Vivemos em pandemia, e numa altura em consideramos que o pico por cá já passou mas continua perto, vemo-nos numa espécie de limbo, em nuvens densas e carregadas que se dissiparão, projetando-nos numa dura realidade que ainda não conseguimos ver, mas que conjeturamos já muito difícil.
Segundo um artigo publicado a 09 de junho no Observador, relativo aos setores da restauração e hotelaria, “Quase duas em cada cinco empresas preveem despedir no verão. Só 9% das empresas do setor preveem contratar nos próximos três meses. E 41% esperam retomar os valores do emprego pré-Covid apenas em 2021. Este pessimismo é comum à construção e indústria.” É este o cenário que nos aguarda, lá em baixo, dentro de pouco tempo.
Se os novos desempregados que resultam desta pandemia, desta crise que se instala gradualmente, merecem a nossa preocupação e solidariedade, o mesmo olhar devemos colocar sobre os nossos empresários, sobre aqueles que largaram as suas “zonas de conforto”, que arriscaram, que correram de sol a sol atrás de sonhos, de concretizarem os seus e, na maioria dos casos, contribuíram também, e muito, para o aumento da qualidade de vida dos seus colaboradores e da sociedade que os acolhe e que nunca esqueceram. Os empresários que conheço vivem hoje também dias muito difíceis.
A empresa do meu amigo Adolfo Sampaio, em Guardizela, entrou no processo de insolvência. Sem encomendas, vê-se forçado a encerrá-la. É uma inevitabilidade. O empresário de sucesso aplicou ali, como poucos, anos e anos da sua vida, e alguma da sua saúde também. Durante décadas, a Sampaio e Faria foi uma empresa de sucesso, cumpridora de prazos e objetivos, alcançando um enorme respeito no mercado. O empresário tratou sempre com apreço e proximidade as centenas de colaboradores que por lá passaram, a quem nunca faltou nos compromissos, superando-os tantas vezes. No encerramento da empresa vê que parte disso está a ser esquecido, e isso custa-lhe, a ele e aos amigos, aos que sabem da injustiça que tal representa.
Que a pandemia não nos afete o discernimento e a memória.
Vai aqui um abraço para todos os empresários.
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