“Os vimaranenses vão planear o seu Natal com todo o cuidado”
Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães foi o convidado do programa “Em casa, à conversa com…”, emitido no passado domingo, 13 de dezembro.
Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães foi o convidado de Eliseu Sampaio, diretor do Mais Guimarães, no programa “Em casa, à conversa com…”, emitido no passado domingo, 13 de dezembro.
Foram abordados vários temas, como o impacto do covid-19, as respostas do município aos problemas provocados e a confiança nos vimaranenses.
Falando do impacto da pandemia, e fazendo um balanço do que foi feito pelo município, das respostas que foram colocadas em prática, o que nos pode dizer-nos acerca deste percurso?
Desde o primeiro momento da pandemia estivemos no terreno com as instituições, com todas as entidades e com a comunidade vimaranense, em cooperação. Nós definimos um conjunto de medidas que foram trabalhadas dia-a-dia até hoje e que vão dando resposta, resolvendo as situações. Foi uma resposta de comunidade, nunca houve ninguém a divergir. A câmara no seu topo a complementar financeiramente no que era da nossa responsabilidade. Optamos sempre por trabalho discreto, mas eficaz. Não foi a Câmara que fez o trabalho. Foi a Câmara com todos estes apoios.
Compreende a oposição em Guimarães, quando diz que em algumas alturas a Câmara esteve mais a reagir sobre os acontecimentos do que a agir sobre eles?
Eu oiço o que a oposição tem para dizer e estou disponível a adotar o que seja bom, entre as medidas e as propostas que fazem. Mas eu queria lembrar alguns casos que mostram que fomos percursores na nossa região.
Criamos um gabinete de crise e de transição económica que estruturou medidas de curto e médio prazo. No início da segunda vaga, eu alertei o país, e Guimarães foi citado por isso, que era necessário o uso da máscara em locais públicos. Era uma necessidade emergente e veio a ser adotada. Depois, ainda antes do pico da pandemia, no início de outubro, escrevi à Ministra da Saúde defendendo que era preciso criar equipas multidisciplinares. Estas cinco equipas que andam no terreno tinham que ser autorizadas legalmente e eu não as podia criar. Guimarães foi o único concelho da região norte a ter estas equipas multidisciplinares.
Definimos também a testagem e fizemos protocolos. Além do teste receitado pelos médicos de saúde pública, fizemos um protocolo com a Escola de Medicina da Universidade do Minho e lançamos os testes rápidos, e aqui já estávamos no pico da pandemia, para podermos atender ao corte dos contágios.
Fomos ainda dos primeiros municípios a aderir ao programa “Salvar Portugal”. Neste momento, temos 10 técnicos superiores nestas equipas. Essa estrutura foi criada ao nível do Ministério da Saúde, com a estrutura militar e com a ajuda dos municípios.
Apesar disso, das respostas colocadas no terreno pelo município e com a colaboração da população, como referiu nas suas intervenções, como explica que Guimarães tenha chegado ao topo dos concelhos com maior incidência?
Neste momento estamos a descer todos os dias. Nós somos um território que vive de presença física no trabalho. Estamos nesta mancha muito homogénea, entre Guimarães, Famalicão, Vizela, Fafe, Felgueiras, Paços de Ferreira, Lousada… É uma mancha industrial, manufatureira, e obviamente as pessoas têm que ir trabalhar. Eu não estou a dizer que é só no trabalho que há contágios, é em todo o lado.
A verdade é que estamos a descer. As medidas tomadas pelo Governo e as medidas de proteção que estamos a implementar estão a dar resultado, mas é um resultado que depende de todos nós. Isto ainda não passou, a vacina só vem no próximo ano.
Em setembro, um espetáculo de humor no Multiusos levou-o a decidir que esses momentos não voltariam a acontecer em Guimarães. Entretanto, há já alguma retoma de alguma atividade cultural, assistimos ao Guimarães Jazz com algum público e um espetáculo de humor com 1.500 espetadores no Multiusos foi transferido para o S. Mamede com 500 pessoas divididas em três sessões. O não haver espetáculos no Multiusos de Guimarães é uma decisão política, ou uma decisão sanitária?
É uma decisão de saúde pública, mas também uma decisão política. Ao nível da política há uma perceção criada tão importante como os factos. E se criarmos uma perceção de que tudo é possível, significa que estamos a relativizar. Quando pedimos, na nossa mensagem política, que tivessem em conta o distanciamento social, o uso da máscara, a desinfeção, e depois aquilo que passa da Câmara e das suas autorizações é que podem haver aglomerações de mil pessoas, cujas fotografias levem a pensar que estão todas juntas, por muito que se expliquemos que cumpriram as questões sanitárias, a mensagem do presidente da Câmara perde valor.
Por muito que se queira desconstruir não se consegue. Por isso nós temos de ter coerência e os grandes espetáculos não se devem fazer enquanto não tivermos esta questão sanitária resolvida. A autoridade de saúde foi a primeira a dizer que não, e não aprovou espetáculos dessa grandeza. Agora, devemos realizar pequenos e médios espetáculos, porque a cultura tem uma importância primordial.
Está preocupado com o Natal e com a forma como os vimaranenses vão juntar-se com as suas famílias?
Eu tenho a certeza que o Natal não pode ser conforme os anos anteriores. Tenho a certeza que os vimaranenses vão planear o seu Natal com todo o cuidado, sabendo que não podem juntarem-se todos. Vão saber cumprir as regras, vão ter sempre presente que continuamos com a pandemia, continuamos a ter que nos defender para não infetar ninguém.
Está preocupado com as consequências económicas desta pandemia?
A pandemia não atingiu todos os setores por igual e há setores económicos e empresas que, neste contexto pandémico, até aumentaram e muito os seus lucros. A maior parte perdeu. O setor industrial é o que tem resistido melhor. Não estou a dizer que não haja empresas com dificuldades, estou a falar de uma forma global. O setor de serviços, como a restauração, a hotelaria ou o turismo foram fortemente atingidos, até pelas restrições a que têm sido obrigados. A estes setores temos que estar muito atentos e dar-lhes a melhor resposta. Não interessam medidas avulsas, importam sim medidas estruturadas.
Quando fala em medidas avulsas posso colocar aqui a proposta apresentada pela coligação Juntos por Guimarães na última reunião de Câmara, em que propunha a distribuição de um montante máximo de um milhão de euros pela restauração e hotelaria, dependendo da faturação dos estabelecimentos, para reforço imediato da tesouraria. Isso, para si, seria uma medida avulsa?
Quanto às medidas de apoio à tesouraria das empresas de todos os setores, nomeadamente do setor comercial, da restauração e da hotelaria, esse esforço compete ao Governo. As medidas que têm que ser dadas como resposta, em parceria com a Câmara Municipal, são relativas à utilização do espaço público, os deferimentos nos pagamentos, até de tudo o que tenha a ver com os impostos municipais. Nós estamos a corresponder e bem, porque tem havido bom senso. Até hoje não neguei nada, nem à Associação Vimaranense de Hotelaria nem à Associação de Comércio Tradicional de Guimarães, nem à Associação de Jovens Empresários.
Relativamente ao Proximcity, a plataforma que foi lançada a semana passada, já tem algum feedback dos comerciantes e dos empresários da restauração?
Esta plataforma veio a tornar-se emergente. Há cerca de um ano, numa reunião que tive com empresários na Plataforma das Artes, com cerca de 200 comerciantes, em que pretendíamos dinamizar o comércio, uma das medidas que propus foi a criação deste Quiosque Eletrónico de Guimarães. O comércio digital é o presente e é o futuro. A nossa loja de rua tem que ter o comércio presencial, mas tem que ter a loja digital. É uma plataforma que gostaria que estivesse pronta logo em março, mas estas coisas demoram o seu tempo, naturalmente.
Na passada semana referia que é intenção do município reforçar os apoios às famílias que estejam a viver com maior dificuldade neste período de Natal. Já está no terreno esse reforço?
O município, obviamente, atenderá a todo o esforço que for necessário para dar esse apoio. Nós sabemos as famílias que estão sinalizadas, que temos de atender com um cabaz de natal e com apoios aos medicamentos, ou à água. Na água apoiamos já cerca de 10 mil famílias e nos medicamentos, começamos com cerca de 100 utentes e temos já mil famílias.
Pedi aos Presidentes de Junta que sinalizassem as famílias que entraram em carência durante a pandemia. Nós levaremos a casa dessas pessoas o apoio, e eu gostava que nenhuma criança tenha falta do seu brinquedo neste natal. Nós temos uma boa matiz social, já a tínhamos mesmo antes da pandemia.
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