Poço vedado em Briteiros permanece aberto à vida selvagem

Foi vedado, recentemente, um antigo poço existente na Bouça dos Galouros, em Briteiros São Salvador, propriedade da Sociedade Martins Sarmento, que se encontra arrendada à Altri Florestal desde 2020. Trata-se de um “poço de visita” a um aqueduto subterrâneo, construído possivelmente nos séculos XVIII ou XIX, que drenava água para rega, proveniente de uma ou mais minas.

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A Sociedade Martins Sarmento explica que, ao atingir uma cota inferior, na Quinta da Cavada, o aqueduto emergia à superfície, sendo formado, a partir daí, por uma caleira apoiada em pilares de granito; é ainda hoje visível, numa extensão de cerca de 100 metros, à margem da estrada entre São Salvador e Santo Estevão de Briteiros. O poço referido, aberto em época incerta, estará na origem de estórias fantasiosas, de origem popular, sobre a existência de galerias que ligariam a Citânia de Briteiros ao Rio Ave.

“Estando dissimulado pela vegetação, este poço constituía um risco para pessoas e animais, pelo que, numa primeira intervenção, a Altri Florestal cortou a vegetação e alteou o terreno circundante, formando um resguardo provisório”, lê-se no comunicado enviado às redações. Ao constatar-se a presença frequente de morcegos nas imediações, sobretudo a partir do entardecer, foi solicitada ao Laboratório da Paisagem uma monitorização com detetores acústicos. Verificou-se que o poço é frequentado por várias espécies, como o morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus), mais comum e abundante, e, possivelmente, também pelo morcego-de-savi (Hypsugo savii), o morcego-de-kuhl (Pipistrellus kuhlii) e o morcego-orelhudo-cinzento (Plecotus austriacus). “Estas espécies de morcegos alimentam-se de insetos voadores, desempenhando um papel ecológico de grande importância”, alertam.

Deste modo, em vez de selar o poço com uma tampa, “optou-se por circundá-lo com uma rede, impedindo a aproximação de pessoas e animais, sem obstar ao uso do poço como abrigo para morcegos”. Esta intervenção, promovida pela Altri Florestal, com a colaboração da Sociedade Martins Sarmento e do Laboratório da Paisagem, permitiu resolver um problema de segurança, sem afetar a presença de fauna selvagem numa área florestal.

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