PODE SER O MELHOR ANO VINÍCOLA DO SÉCULO

“Que não chova nos próximos dias”, é o desejo de […]

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“Que não chova nos próximos dias”, é o desejo de Sequeira Braga da administração da Adega Cooperativa de Guimarães para os próximos dias. Tudo indica que o ano vinícola vai ser muito bom, mas um desastre meteorológico na ponta final do processo pode deitar tudo a perder.“Este é o drama do viticultor”, diz Sequeira Braga, “num ano em que tudo parece estar a correr bem, tudo se pode perder se vier granizo ou chuva forte”. Apesar do receio, sempre presente na cabeça de quem tem um ano de trabalho no campo exposto aos elementos e está, de alguma forma, dependente da sorte, tudo indica que o ano vai ser mesmo acima do normal.

“Já temos entre 10 a 20 mil litros dentro da adega e por aquilo que avaliamos vamos ter mais vinho e com mais grau”, explica o engenheiro responsável pela Adega Cooperativa de Guimarães. “Tivemos uma boa nascença, o vingamento foi perfeito e a maturação ocorreu nas melhores condições”, diz Sequeira Braga.

Na adega já se faz a trasfega (processo de separação do vinho dos mosto) do Arinto. Na primeira semana se setembro foram vindimadas as uvas desta casta e as Fernão Pires. “São castas que amadurecem mais cedo, mas isso também tem que ver com os locais onde as vinhas estão situadas. Se estão expostas ao sol, em encostas viradas as sul e bem drenadas”. Esta semana começa é a período mais intenso da vindima, em que se apanham as uvas Loureiro e Alvarinho. Durante toda a semana na Adega Cooperativa vai ser uma azáfama, com os 120 produtores ativos a fazerem fila para deixarem a sua produção.A fundação da Cooperativa data de 1963. A estrutura de sócios foi mudando com as próprias transformações que a agricultura teve, mas também com as transformações sociais. “Há terrenos que eram vinhas que hoje são hipermercados”, explica o responsável da cooperativa. Mas também há coisas que permanecem, como o sócio número um da Adega que, apesar de já não produzir, legou aos filhos e agora ao neto que continua a entregar as uvas na Cooperativa.
Para Sequeira Braga o grande entrave ao desenvolvimento da Região do Vinho Verde o regime de propriedade em minifúndio, impeditivo da criação de escalas necessárias para os investimentos necessários ao desenvolvimento da vinha. Para se ter uma ideia 20 sócios entregam 80% das uvas responsáveis pela produção da cooperativa. Para o responsável da Cooperativa de Guimarães, porém, este cenário está a mudar, em parte pela dinâmica que a exportação veio trazer ao mercado. “Hoje o vinho verde é apreciado lá fora, a Adega Cooperativa de Guimarães está a presente em mercados tão diversificados como: Japão, Alemanha, Holanda, EUA, Estónia, França e Polónia.
Outro fator que influenciou definitivamente o avanço da vinha, na opinião de Sequeira Braga, foi o programa Vitis, que apoiou a reconversão de muitos produtores “desde há 15 anos”, e algumas dessas vinhas entram agora em velocidade de cruzeiro e isso tem o seu reflexo na qualidade e quantidade da produção.A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, com base no acompanhamento que faz da vinha, aponta para um aumento de 15% da produção este ano. Sequeira Braga está ainda mais otimista e avança com a possibilidade de se chegar aos 20%, mas volta ressalva que é preciso ter em atenção que as uvas ainda estão na vinha e “até ao lavar dos cestos é vindima”.

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