QUEM NOS SALVARÁ?!

ÂNGELA OLIVEIRA Advogada

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por ÂNGELA OLIVEIRA

Advogada

Pelos vistos, continuará a ser (também) o INEM. Grande susto!

Quando li a chamada de atenção, por parte de André Coelho Lima, na última reunião do executivo sobre o que seria a suspensão, durante a noite, das atividades do INEM, em resultado de uma reordenação dos serviços do Instituto Nacional de Emergência Médica, pensei que alguém no Governo não estudara o dossier e que na Camara Municipal andava tudo a dormir.

Acto I – O conhecimento

Vamos lá ver, então o Secretário de Estado da Saúde teria decidido que Guimarães ficaria sem o apoio da ambulância do INEM durante a noite e a NOSSA Camara Municipal não dizia nada? Nada?! O vereador da oposição é que vem alertar o executivo camarário para um assunto desta importância?!

Ao que parece o Sr. Presidente da Camara não sabia “ Não me foi dado a conhecer nada”…

A sério? A sério que o Governo Socialista não disse à Camara Municipal… Socialista, e ao seu Presidente, que o turno noturno da ambulância do INEM, em GUIMARÃES, iria ser suspenso?! O Presidente da Camara não sabia que um serviço de atendimento médico de urgência à população iria passar a funcionar apenas durante o dia? ”Algo vai mal no Reino da Dinamarca”… que trapalhada!

Acto II – A Reacção

Tornada publica uma decisão com consequências gravíssimas com efeitos a partir do dia 1 de Maio, seria de pensar que a mobilização seria oficial e maciça. Afinal, esta era a oportunidade perfeita para os Homens-Bons da cidade, aqueles que sabem mesmo o que é bom para Guimarães, fazerem o que há tanto tempo apregoam à boca cheia “ Guimarães primeiro, interesses partidários depois”. Nem pensar que Guimarães deixaria de ter a única ambulância do INEM durante a noite! Com toda a certeza a Camara Municipal emitiria comunicados, mandaria publicar notas de imprensa, convocaria conferências… Silêncio!

E os candidatos da nossa esquerda? De certeza que teríamos as redes sociais repletas de indignação e reações furiosas ao que seria a retirada de um serviço de socorro de primeira linha. Com toda a certeza, aqueles que há três anos se levantaram de punho erguido, que instrumentalizaram os vimaranenses que amam a sua terra com histerias sobre o encerramento da maternidade (mesmo depois do Ministro da Saúde ter assegurado a sua manutenção) não admitiriam uma afronta desta natureza…Guimarães sairia para a rua, os vimaranenses não admitiriam ficar sem um serviço médico de apoio imediato. Soem as trompetas…! Não! Silêncio!

Acto III – O desfecho

Felizmente, alguém deste lado não estava a dormir, convocou-se uma vigília e circulou uma petição. O Instituto Nacional de Emergência Médica, em comunicado, recuou na decisão de suspender o turno noturno da ambulância do INEM em Guimarães e nos restantes 14 municípios que integravam o plano de reorganização.

Factos importantes: não só a maternidade em Guimarães não fechou (já o sabíamos) como a famigerada portaria 82/2014 que obrigaria as nossas crianças a ter naturalidade bracarense se mantém em vigor sem uma única alteração. Até ver, desde a entrada em funções deste Governo, nenhuma das virgens ofendidas ou algum dos Homens-Bons da cidade se acorrentou à porta do Hospital exigindo a sua revogação.

Assim vai o poder no nosso Reino, e assim vão os seus leais súbditos… Ainda bem que sou republicana.

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