Recordar… o Vitória #30

Por Vasco André Rodrigues.

Recordar-o-Vitória

Por Vasco André Rodrigues,
Advogado e fundador do projeto ‘Economia do Golo’Os homens dos golos…

Cinco nomes que deixaram saudades no Vitória, cinco brasileiros que demonstraram que o golo em Guimarães festeja-se com sotaque açucarado.

Por esta ordem: Ernesto, Edmur, Jeremias, Cascavel e Gilmar.

Ernesto Paraíso foi o primeiro brasileiro a jogar no Vitória. Estávamos na longínqua temporada de 1955/56 e os Conquistadores ansiavam escapar do inferno da Segunda Divisão, no qual tinham caído.

Para um grande mal, um grande remédio. Na equipa que era orientada por Fernando Vaz seria a figura de referência, o homem golo e o jogador que, efectivamente, levaria os Branquinhos rumo à Primeira Divisão. No ano da subida, Ernesto seria imparável, mortífero, letal, com 45 golos, tendo merecido o título de melhor marcador de todas as competições disputadas em Portugal.

Logo de seguida, António Pimenta Machado que vivia no Brasil e houvera sido o homem que houvera indicado o jogador que foi o “Paraíso” vitoriano, indicaria outro nome que haveria de entrar na história vitoriana: Edmur Pinto Ribeiro, que, conjuntamente, com Ernesto e Carlos Alberto formaria um verdadeiro trio maravilha!

Ernesto, esse, haveria de abandonar o Vitória no final da temporada 1960/61, incompatibilizado com o então treinador Artur Quaresma, partindo rumo ao Leixões.

Nesta altura, já o mítico Edmur, cuja maior homenagem consistiu na atribuição do seu nome ao museu do clube já no presente milénio, dava cartas, aterrorizando os últimos redutos adversários.

O jogador, que já era possuidor de um vasto curriculum no futebol brasileiro, seria a contratação sonante para os branquinhos enfrentarem as aventuras do regresso à Primeira Divisão do futebol nacional.

Um avançado letal, experiente e que seria o retrato do futebol alegre e ofensivo que os Conquistadores foram capazes de jogar. Uma máquina capaz de apontar 60 golos em 73 jogos, durante três épocas, e que entrou na história como uma das primeiras grandes transferências da história do Vitória, ao partir no início da época de 1961/62 para o Celta de Vigo. No espaço de dois anos, a equipa do Rei perdia duas das maiores referências do seu regresso ao escalão maior do futebol português.

A década de 70 traria um dos mais geniais avançados da história do clube e que todos os que o viram jogar não esquecem. Apesar de estar radicado no Brasil, ainda hoje, Jeremias mantém inúmeros contactos com Guimarães, sendo que não é raro vê-lo a comentar notícias da realidade vitoriana nas redes sociais. Chegado na temporada de 1974/75 ao Vitória, proveniente do América do Rio de Janeiro, seria avassalador, diluviano em golos. Seriam 20 em 24 desafios, ainda que insuficientes para levar os comandados de Mário Wilson além do quinto lugar, uma constante nesse decénio e que impedia a Europa.

A qualidade do matador brasileiro possibilitar-lhe-ia dar um salto na sua carreira e, simultaneamente, fazer com que os cofres vitorianos ficassem recheados. Assinaria pelo Espanyol, onde em três temporadas em La Liga apontaria 22 golos. Já com 30 anos regressaria onde fora feliz. Todavia, já não apresentava a mesma pujança e, apesar de ainda ter facturado por treze vezes, abandonaria o Vitória rumo ao homónimo sadino.

O decénio seguinte quase pode ser identificado com um nome: Paulinho Cascavel, que já mereceu crónica autónoma. O ídolo de uma geração! Duas temporadas, em que num foi o segundo melhor marcador do campeonato nacional e em outra venceu tal honra. Sentido de baliza, um pontapé fulminante e um total comprometimento com a cidade onde nasceu Portugal, ao ponto de ainda continuar a ser visita constante. Além disso, o seu filho Guilherme foi uma boa esperança nos escalões jovens do clube, ainda que não tenha singrado, e a sua filha chama-se como tantas meninas cujos progenitores professam a religião vitoriana… nem é preciso dizer como!

Ainda hoje, Cascavel é sinónimo de golo em Guimarães, mas acima de tudo de saudade!

Por fim, Gilmar, na década de 90. O homem que chegou de Chaves e foi peça basilar de um Vitória que nos cinco anos que representou apurou-se quatro vezes para as competições europeias. Ainda que sem o instinto goleador dos seus quatro parceiros de crónica, o avançado, ainda, foi capaz de apontar 54 golos. Mas, além disso, quantos terá possibilitados aos seus parceiros no modo exímio como segurava o esférico de costas para a defesa, como se desmarcava para abrir espaços ou como dava, simplesmente, o corpo ao manifesto em prol da equipa.

Outros nomes da pátria verde e amarela rimam com golo em Guimarães. Aliás, as nossas esperanças, na actualidade, residem em dois: Bruno Duarte e Bonatini. Mas, quem poderá esquecer, também, Djalma, Jorge Gonçalves, Pedrinho, Mundinho, Paulo Ricardo, Caio Júnior, Chiquinho, Silvinho, Edinho, Brandão, Edgar, Roberto ou Henrique Dourado?

O golo no Vitória sempre nos ligou ao país irmão!

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