A inoperacionalidade do heliporto do Hospital de Guimarães foi uma das questões levantadas pela oposição na reunião de Câmara desta quinta-feira. Elencando que “todos os problemas merecem atenção”, Hugo Ribeiro questionou Domingos Bragança sobre o facto de Guimarães ter de desviar para o campo de futebol da cidade vizinha de Vizela e da possível perda de vidas que isso pode representar.

Assim, o vereador da Coligação Juntos por Guimarães considera que Guimarães não pode assistir serenamente aos anúncios de requalificação dos heliportos de outras cidades, nomeadamente sem saber o porquê de não ter sido feito nenhum pedido de licenciamento.

Desta forma, Hugo Ribeiro evidencia a necessidade de questionar a ANAC sobre quais as intervenções necessárias para que Guimarães possa ter operações noturnas e diurnas, bem como o seu custo aproximado.

Relativamente à desresponsabilização do presidente da Câmara em todo o processo, o vereador clarificou que “no comunicado do 22º governo constitucional, do PS, feito em fevereiro de 2020, expressava que as entidades responsáveis pela operacionalidade dos heliportos são as administrações hospitalares, as Câmaras Municipais, o INEM e a ANAC”. Assim sendo, considera que Domingos Bragança deveria “refletir um pouco melhor nas funções que tem e na responsabilidade de zelar por toda a comunidade vimaranense”.

Entre outras reuniões anteriores, o Bragança diz ter abordado este tema com o ministro da Saúde na última visita ao Hospital Senhora da Oliveira, no âmbito das iniciativas do Governo + Próximo.

“Na presença do ministro, perguntei ao presidente do conselho de administração, que tem competências executivas, se o heliporto entraria em funcionamento brevemente”, começou por explicar Domingos Bragança, que acrescenta que o ministro da Saúde garantiu o seu apoio para que o heliporto entrasse “em funcionamento o mais breve possível”. As obras de requalificação deverão rondar os 40 mil euros.

Face a esta garantia, o presidente do município reforçou, mais uma vez, que o heliporto não se trata de uma responsabilidade da Câmara Municipal, e que o seu papel também passa por respeitar as competências executivas dos diversos ministérios e do Hospital de Guimarães.

Recorde-se que à semelhança de tantos outros espalhados pelo país, o heliporto do Hospital Senhora da Oliveira de Guimarães não reúne condições técnicas que permitam voos diurnos ou noturnos. É necessária manutenção, ao nível de iluminação e sinalética, que permita a sua certificação pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) para missões de emergência médica.

Assim, existem atualmente três locais de aterragem identificados para a realização de missões de emergência médica helitransportada de e para o Hospital de Guimarães. São eles o Estádio do Futebol Clube Vizela, em regime de 24 horas e a cerca de 15 minutos do hospital, e, durante o período diurno, a Pista de Atletismo Irmãos Gémeos Castro, a cerca de 5 minutos, e ainda a alternativa do Estádio Municipal de Fafe, a cerca de 18 minutos”.