CarClasse
SOCIEDADE MUSICAL DE PEVIDÉM: 125 ANOS DE HISTÓRIAS PARA CONTAR

A Sociedade Musical de Pevidém celebra este mês 125 anos.

pev
©  Mafalda Oliveira/Mais Guimarães

“125 anos?! Oh professor, esta eu não sabia!”. A surpresa para com a idade da Sociedade Musical de Pevidém surgiu por parte de Francisca, uma das alunas da Academia de Música da Sociedade Musical de Pevidém, na manhã do passado sábado, dia de aniversário. Francisca Costa toca flauta transversal e é uma das cerca de 115 alunas da academia, à qual se junta a Banda Filarmónica (com 68 músicos) e a Orquestra Juvenil (com cerca 55, apesar de ter cerca de 10 em comum com a banda filarmónica). Contudo, a abrangência da Sociedade não fica por aqui: também chega aos infantários de São Jorge de Selho e das freguesias vizinhas, especificamente a mais cerca de 300 crianças. “Queremos incutir nos miúdos a vontade de aprender música. E aprender música não é só aprender um instrumento. Reflete-se em toda a vida estudantil: na concentração, forma de estar, presença em palco… Essa aprendizagem vai além da música”, esclarece Ricardo Lemos, vice-presidente da Sociedade Musical de Pevidém.


Com 125 anos de histórias, a Sociedade Musical de Pevidém reúne músicos dos três anos até aos 77 anos (o membro mais velho, com 77 anos, faz parte da Sociedade Musical há 70). “Realizamos um trabalho brutal do qual as pessoas não têm noção”, conta Ricardo Lemos. Atualmente, a Academia de Música Comendador Albano Abreu Coelho Lima ocupa o espaço de uma antiga escola e conta com seis salas individuais, duas coletivas e uma de classe conjunto. Nos seus interiores ensina-se flauta, oboé, clarinete, fagote saxofone, trompete, bombardino, tuba, percussão, técnica vocal, violino violoncelo, piano e guitarra.


A Sociedade nasceu como uma banda filarmónica em 1894, para mais tarde fazer nascer uma orquestra juvenil e, mais recentemente, uma academia de música. “A banda ajudou muita gente a crescer do ponto de vista formativo. Provavelmente, aqui, a seguir à têxtil, foi a banda que mais trabalhadores exportou”, garante Ricardo Lemos, acrescentando que atualmente, há músicos e docentes espalhados por todo o mundo, em grandes orquestras e escolas de música, cujas origens remontam à Sociedade Musical de Pevidém.


A Sociedade vive numa zona indubitavelmente ligada à indústria têxtil, e há, por isso, “uma relação muito forte entre a têxtil e a Sociedade Musical”, garante. Ricardo Lemos recorda que, a partir dos anos 80, o país “começou a abrir-se” a novas áreas e, por consequência, também a vila de Pevidém. “Até aos anos 80, a têxtil era a Sociedade. Os grandes empresários – e muito bem – eram os diretores, os maestros, os presidentes… E foram eles que aguentaram com a Sociedade até aos dias de hoje. Na verdade, ainda hoje, um grande empresário, o Comendador Albano Abreu Coelho Lima é o presidente da instituição”, explica. Porém, atualmente, a Sociedade está mais aberta à comunidade e aos grandes palcos. “Não nos resignamos. Achamos que devemos ir sempre mais além. Deixamos de ser apenas uma banda filarmónica – que somos – mas que também toca em palcos. Mudámos o paradigma. Tanto vamos ao Centro Cultural Vila Flor (CCVF) e à Casa da Música como vamos a uma romaria, com um repertório diferente. Temos a noção que a banda evolui de tal forma que hoje tem as portas abertas desses grandes palcos porque tem músicos com qualidade”, declara.

125 anos, um aniversário especial

Na verdade, não existe um dia certo para a celebração do aniversário da Sociedade, apenas a ideia de que se celebra na primeira quinzena de outubro. “Estamos a falar de 1894, altura em que um grupo de 16 amigos se juntou e fez uma banda. Só em 1930 pediram estatutos, porém, teve sempre atividade. Temos estatutos e atas a partir dessa data”, esclarece o vice-presidente da Sociedade Musical de Pevidém. As comemorações começaram a ser pensadas há “algum tempo”. Aliás, o próprio musical de junho, em junho, o Rei Leão, também foi pensado para as comemorações, tendo sido apresentado no CCVF, e contaram com um carro alegórico alusivo às comemorações na Marcha Gualteriana, em agosto. Mais recentemente, de 27 a 29 de setembro, celebraram o “Pevidém em Festa” no centro de Guimarães. Entre ensembles da academia, concertos no Paço dos Duques, a iniciativa cinema em concerto, não faltaram as arruadas e os concertos de banda.

©  Mafalda Oliveira/Mais Guimarães

Este fim de semana, as celebrações passaram-se maioritariamente pela vila de Pevidém, com alguns momentos de âmbito mais forma. Além disso, a Soceidade apostou nnuma orquestra francesa, a Orchestre d´Harmonie de Truchtersheim, através de um intercâmbio, que atuou na sexta-feira no Paço dos Duques de Bragança e no sábado em Pevidém. O aniversário terminou com um jantar convívio. “São os amigos que consideramos família e que, neste jantar, juntámos”, sintetiza Ricardo Lemos.

PUBLICIDADE

Arcol

Partilhar

MAIS EM GUIMARÃES