Spinpark: PSD acusa Câmara de não ajudar a encontrar soluções
"Terão [para saírem] mais alguns meses, eventualmente até ao final do ano", Ricardo Costa
Há nove empresas em risco de serem despejadas pela administradora de insolvência da Spinpark, no Parque de Ciência e Tecnologia. A situação destas empresas foi tema na última reunião do executivo camarário vimaranense, na segunda-feira, dia 12, com o PSD a acusar a Câmara Municipal de nada fazer para ajudar a encontrar uma solução. Entretanto, o vereador Ricardo Costa reuniu hoje, quinta-feira, dia 15, com as partes e afirma que ninguém terá que sair à pressa.
“Era possível, ou não, a Câmara já ter feito alguma coisa para ajudar estas empresas?” – Foi a pergunta que o vereador do PSD, Ricardo Araújo, levou à Reunião de Câmara.
Em causa estão nove empresas instaladas no edifício Spinpark. A insolvência da associação Spinpark foi declarada pelo Tribunal de Guimarães, em 17 de setembro de 2020, embora o este Centro de Incubação de Base Tecnológica já estivesse a ser gerido por uma administradora judicial, desde o dia 12 de agosto.
Na sequência da declaração da insolvência, as nove empresas foram notificadas para abandonarem as instalações num prazo de 30 dias. Esta situação gerou indignação junto de algumas das empresas, por um lado por terem pouco tempo para encontrar soluções, por outro por só terem sabido a insolvência despois desta ter sido declarada pelo tribunal.
A Spinpark foi criada, no Parque de Ciência e Tecnologia, em S. Cláudio do Barco, Caldas das Taipas, pela UMinho, a Sociedade Avepark e a Portus Park, em 2006, com financiamento de fundos comunitários, para apoiar o nascimento de empresas tecnológicas nascidas no seio da universidade, antes destas avançarem para o mercado.
Durante o processo de dissolução da sociedade Avepark, terminado em 28 de dezembro de 2016, colocou-se a possibilidade de a Câmara assumir a posição da Avepark na associação Spinpark. Todavia, esta solução não foi possível, por questões legais, como o presidente da Câmara, Domingos Bragança, fez questão de referir.
“A Câmara não tem responsabilidade na Spinpark. Não é possível a Câmara intervir num processo de insolvência. Lembrem-se do que aconteceu na ACIG”, contrapôs Domingos Bragança, referindo-se à insolvência da Associação Comercial e Industrial de Guimarães, declarada a 30 de outubro de 2019, depois de 154 anos de atividade.
“Foi o senhor presidente que convidou o primeiro ministro, José Sócrates, para a Inauguração do Spinpark”, lembrou Ricardo Araújo, acrescentando que, “na altura chegaram a ser prometidas 200 empresas tecnológicas”.
Ricardo Costa, o vereador com a responsabilidade das questões económicas, refutou as críticas do vereador social-democrata e assegurou que, “não é verdade que todas as empresas têm que sair”. Ricardo Costa afirmou que teve uma reunião com a administradora de insolvência em que ficou assente que, “todas as empresas vão poder ficar com um custo reduzido que assegure o pagamento da água e da energia”.
“Terão mais alguns meses, eventualmente até ao final do ano”
Ricardo Costa
O vereador adiantou ainda que, para sete das nove empresas sediadas no Spinpark, já foram encontradas alternativas de local para instalação. O maior problema prende-se com a empresa A2, um laboratório de análises químicas que, pela especificidade das instalações que necessita, não tem ainda uma solução.
Hoje, dia 15 de outubro, numa reunião em que estiveram presentes as empresas, a administradora judicial e a Câmara Municipal, ficou acordado que não haverá saídas precipitadas. “Terão mais alguns meses, eventualmente até ao final do ano. Terá que haver um acordo para saírem todas ao mesmo tempo, por uma questão de custos, porque se sair uma, os custos fixos são os mesmos e passam a ser divididos pelas que ficarem.”, esclareceu Ricardo Costa.
Domingos Bragança referiu, durante a Reunião de Câmara, como uma possibilidade, a compra do edifício pela Câmara, quando este for colocado à venda, no âmbito da liquidação dos bens da Spinpark.
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