Viena: Viver o Natal no coração da Europa
Na orgulhosa Viena, nesta altura do ano, perca-se nos Mercados de Natal que ocupam todas as suas praças e jardins, e têm música, vinho quente, salsichas no pão e a tradicional Pitta para todos os gostos. A cidade transforma-se e a alegria invade os lugares.
Tivesse a Europa coração e este haveria de bater em Viena, e dali o sangue correr pelo “Danúbio Azul”, e por vales e montanhas mais ou menos agrestes até às extremidades do velho continente.
Ativemos primeiro o Spotify numa busca por Wolfgang Amadeus Mozart, músico intimamente ligado aquela que é a capital da Áustria desde a primeira Guerra Mundial, e a partir daí partamos à descoberta de Viena, a cidade que, sob o domínio da família Habsburgo, uma nobre família europeia que foi uma das mais importantes e influentes da história da Europa, foi capital do império Austríaco e depois do Império Austro-Húngaro, no século XIX. Mas, antes disso, também uma das mais relevantes cidades do Sacro Império Romano-Germânico.
Não é à toa que Viena é considerada uma das melhores cidades para se viver. Uma cidade belíssima repleta de elegantes edifícios, de nobres e bem preservados palácios e museus, de generosos jardins e áreas verdes, uma boa rede de transportes públicos e de uma oferta cultural invejável. Não tem mar por perto, mas o Danúbio vai servindo para banhos refrescantes no Verão.
Tiremos os “phones” para trocar Mozart pelas músicas de natal que, maioritariamente em alemão, a língua oficial na Áustria, ecoam pelos animados e reluzentes Mercados de Natal que vão enchendo de alegria as praças de Viena nesta altura do ano.
Mas o melhor é iniciarmos a viagem, porque em Viena temos muito que ver, e que fazer também. Ressalvo que isto é apenas um breve esboço do muito que é possível fazer e visitar nuns dias pela capital austríaca.
Catedral de Santo Estêvão
Desde logo, espanta-nos a imponência desta Catedral, localizada na Stephansplatz, no coração de Viena. A cidade gira em torno dela, de uma das mais antigas catedrais do estilo gótico europeu. Stephansdom, assim é o seu nome em alemão é, claramente, uma das maiores e mais belas catedrais da Europa. O símbolo religioso mais importante de Viena é um edifício que foi construído sobre as ruínas de uma igreja românica dedicada a São Estevão datada de 1147.
Do exterior destacam-se as suas duas torres, de 68 e 137 metros, bem como o telhado de azulejo, composto por 250 mil peças, muitas delas recuperadas depois dos ataques de que a cidade foi alvo durante a II Guerra Mundial.
Já no interior, em estilo gótico mas com reconstruções em estilo barroco nos edifícios lateriais, guarda ínumeras obras de arte, e merecem destaque o Púlpito de Pilgram talhado com grande precisão e o a Imagem de Cristo crucificado situada na capela Tirna.
Ter a sorte de apreciar um concerto pelo gigantesco órgão de tubos na Catedral de Santo Estêvão é um acontecimento que ficará guardado na memória. O órgão possui 17.774 tubos e 233 registros e é, de longe, o maior do mundo numa igreja católica.
Palácio de Schönbrunn
Construído no século XVII, o Palácio Schönbrunn serviu, desde meados do século XVIII até ao final da II Guerra Mundial, como residência de verão da família imperial de Viena. É também conhecido como o Palácio de Versalhes de Viena e um dos principais monumentos históricos e culturais da Áustria.
Sendo inicialmente construido entre 1638 e 1643 para residência da imperatriz Leonor Gonzaga, o edifício, com um interior luxuosíssimo tem um total de 1441 quartos e salas (45 desses espaços estão abertos a visitas).
O Schönbrunn é um dos mais importantes e mais visitados monumentos culturais da Áustria. Para além do palácio, há um Museu de Carruagens Imperiais para visitar, para além do Tiergarten, o parque zoológico mais antigo do mundo. O Schönbrunn e os seus majestosos jardins está classificado, desde 1996, como Património da Humanidade da Unesco.
Hofburg
O Palácio Hofburg foi durante mais de 500 anos o local de residência dos Habsburgo, a influente família europeia que, a partir de Viena, dominou grande parte da Europa durante cerca de sete séculos.
Na verdade, Hofburg não é um palácio, mas um conjunto significativo de imponentes edifícios que engloba os antigos aposentos imperiais (Kaiserappartements), vários museus, como o Museu de Sisi com a Prataria da Corte, a Biblioteca Nacional Austríaca, a Escola Espanhola de Equitação, onde podemos apreciar a elegância, nobreza e graciosidade dos cavalos Lipizzan, uma capela e também uma igreja.
Museu de Sisi
O Museu Sissi, localizado no Hofburg, conta a vida da Imperatriz Isabel (Elisabeth), desde o seu nascimento na Baviera em 1837 até sua morte trágica em setembro de 1898.
O museu mostra a vida da Imperatriz através de recortes de jornais, de roupas que utilizou, e desvenda algumas das suas características, nomeadamente os seus cuidados com a beleza e o gosto pela ginástica e equitação. A forma como se impôs, num mundo maioritariamente masculino, é vincada no enredo que nos é contado, em audioguia (não disponível em português). Sissi foi uma mulher corajosa que, para além de Imperatriz da Áustria, se tornou também rainha da Hungria tendo um papel relevante na fundação da monarquia austro-húngara.
Aposentos Imperiais
A visita aos Aposentos Imperiais permite-nos perceber a nobreza das cortes que habitaram a Hofburg, sobretudo os gostos e rotinas do Imperador Franz Joseph, da Imperatriz Elisabeth e da sua família. É uma viagem à época que nos dá a imaginar as dinâmicas nas diferentes salas e aposentos. Destaque para as maravilhosas tapeçarias e soberbas obras de arte que estão presentes em todas as divisões.
Biblioteca Nacional da Áustria
Inaugurada em 1723 como biblioteca imperial, a Biblioteca Nacional Austríaca conta com mais de oito milhões de livros e outros objetos que são ali expostos e que fazem dela uma das bibliotecas mais importantes do mundo.
É um edifício extremamente belo e bem cuidado, em que se destacam o mármore e a madeira, diversas esculturas, colunas e cúpulas cobertas de frescos. Foi construída sob o mandato do Imperador Carlos VI.
Museu da História Natural
Localizado no Museumsquartier, o quarteirão onde estão os dois gigantes museológicos da cidade de Viena, encontramos o Museu de Historia Natural que alberga uma coleção de espécimes naturais, que vão desde esqueletos de dinossauros até aos meteoritos.
O Museu de História Natural conta com cerca de 30 milhões de objetos de coleção cujo processo foi iniciado há mais de 250 anos.
Abriga objetos mundialmente famosos e únicos, como a Vênus de Willendorf, com 29.500 anos de idade ou a vaca-marinha do Steller que se extinguiu há mais de 200 anos. Inclui também a maior e mais antiga coleção pública de meteoritos do mundo, com destaque para o espetacular meteorito “Tissint”, oriundo de Marte.
Museu de História da Arte de Viena
Em frente ao Naturhistorisches encontramos o Kunsthistorisches Museum, o Museu de História da Arte de Viena, de visita obrigatória também. Este Museu foi construído em forma de palácio para abrigar a coleção de arte dos Habsburgo. A sua fachada está coroada por uma cúpula de 60 metros com uma estátua de Palas Atenea no topo.
Na visita há 17.000 objetos do Egito e Oriente Próximo para ver e merecem destaque as salas de arte romana e grega. Há sarcófagos, múmias ou a representação de um dos leões da Porta de Ischtar da Babilônia num percurso pela antiguidade clássica até o século XVIII.
Imperdível é também a passagem pela galeria dedicada à pintura, que inclui obras de Velázquez, Tiziano, Caravaggio, Vermer, Pieter Brueghel, Rubens e Dürer, entre muitos outros artistas, e também pela coleção de arte religiosa, que atualmente ocupa outra das alas.
Palácio Belvedere
O Palácio Belvedere integra também a lista de património da UNESCO e é um dos edifícios barrocos mais bonitos do mundo. É um complexo que abriga a maior coleção de arte austríaca do país e está dividido em duas áreas distintas: o Alto Belvedere e o Baixo Belvedere. O primeiro é o palácio, onde ficam as salas dos impressionistas e as obras do Gustav Klimt, mundialmente conhecido pelo seu quadro “O Beijo”. Já no Baixo Belvedere fica o Tesouro Medieval que mostra o acervo do Príncipe Eugénio, e dão-se as exposições temporárias. Merecem destaque no palácio as obras de Monet, van Gogh, Egon Schiele, Oskar Kokoschka e Max Beckmann.
Ópera Nacional de Viena
Ir a Viena sem assistir a um espetáculo de ópera é como “Ir a Roma sem ver o Papa”.
A ilustre Ópera de Viena foi inaugurada no ano de 1869 com a apresentação da ópera de Mozart “Don Juan”, e é considerada como uma das melhores e mais famosas do mundo. A Sala Dourada da Musikverein, na Wiener Staatsoper, é conhecida pelo mundo inteiro pela sua beleza arquitetónica, mas sobretudo pela sua acústica e por ser a sede permanente e palco principal da Orquestra Mozart de Viena.
Viena vive o natal nas ruas
Muito mais há para conhecer na orgulhosa Viena, mas nesta altura do ano perca-se nos Mercados de Natal que ocupam todas as suas praças e jardins, e têm música, vinho quente, salsichas no pão e a tradicional Pitta para todos os gostos. A cidade transforma-se e a alegria invade os lugares.
Conhecer Viena é também saborear Viena, apreciar o seu delicioso bolo de chocolate, os croissants ou os seus chocolates num ambiente luxuoso e requintado.
Visitar Viena, a cidade onde se respira arte e cultura é ainda, e não menos importante, conhecer um povo que vive no centro de uma Europa fustigada pela guerra há pouco mais de meio século. Um povo que não vive acomodado, que reivindica, que se orgulha e é exemplo na defesa da sua história e na busca da sua felicidade.
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