ANTÓNIO DA CAU
Cabeleireiro/Barbeiro
Nome completo
António Pires Da cau
Nascimento
13 de fevereiro de 1973
Belforte, França
Profissão
Cabeleireiro/BarbeiroNasceu em terras frias napoleónicas, junto da fronteira da Suíça e da Alemanha, mais precisamente em Belforte. Há pouco mais de um mês a viver em Guimarães, António conheceu a cidade-berço com apenas seis anos, quando os pais imigrantes – naturais de S. Tirso e Ponte de Lima – iam à “feira do pão” (largo Condessa do Juncal) para comprar pão, “logo pela manhã”, antes de regressarem para França.
De há sete anos para cá, António “conheceu” e “apaixonou-se” pelo Centro Histórico, com visitas regulares à cidade dos seus tios. “Adoro Guimarães e o Centro Histórico. Aqui é onde nasceu Portugal e tudo começou”, sublinha com o sotaque bem característico.
António escolheu a cidade de Guimarães para ser a casa dos seus pais quando seguiram para a reforma, apesar destes preferissem ficar por França ou terem escolhido a Póvoa de Varzim quando regressaram. “Eu chateei-os para ficar em Guimarães. Assim, sabia que quando viesse para Guimarães eles estariam aqui”, explica.
A sua carreira profissional já conheceu diversas aparências. Começou por ser professor de línguas, conheceu a faceta de jornalista, foi intérprete em tribunais e fez gestão de patrimónios, mas hoje é no salão que está a sua paixão. Numa fase em que se preparava para avançar para o doutoramento em Pesquisa Histórica, a sua vida deu uma volta de “180 graus” e virou-se para os cabelos. “Eu queria trabalhar com as minhas mãos e a minha cabeça. Por isso, inscrevi-me numa escola de cabeleireiros em Paris. Certas pessoas disseram-me que era completamente maluco, mas as mais próximas sabiam o que estava a fazer. Sempre gostei de cabelos e do corte. Para mim era a maneira de poder exprimir a minha criação. A partir daí espacializei-me em corte e barba”, conta.
As viagens de António iniciaram numa zona “muito fria”, na companhia do filho e da mãe dele, que lhe aguçou a vontade de ir para pontos mais quentes do globo. Para isso, solicitou transferência para dar aulas na América do Sul ou para as Ilhas Francesas. Um ano depois chegou a Guiana Francesa, onde permaneceu lá durante oito anos. Aí foi docente do liceu de alunos com dificuldades, um dos seus requisitos.
O ambiente “acolhedor” que se vive às portas do seu salão “retro” une uma “família”, onde “todas as manhãs falam uns com os outros”, algo que não encontra em França ou nas maiores cidades americanas em que trabalhou.
Como o sol desaparecia muito cedo nas Ilhas Francesas e as aulas terminavam ao início da tarde, António teve o tempo necessário para assumir funções no Tribunal e como jornalista no jornal local.
Mas o seu desejo era ser cabeleireiro. “Sempre gostei da técnica que o meu amigo aplicava em mim enquanto modelo. Hoje procuro seguir um pouco o trajeto dele. Ele é cabeleireiro dos ‘VIP’ [Very Important Person – Pessoa Muito Importante] e eu estou sempre há procura de técnicas para melhorar e ser como ele. Disso é exemplo os materiais que utilizo. Só uso produtos vegetais”, refere.
O ambiente “acolhedor” que se vive às portas do seu salão “retro” une uma “família”, onde “todas as manhãs falam uns com os outros”, algo que não encontra em França ou nas maiores cidades americanas em que trabalhou.
O cabeleireiro pretende ainda criar um protocolo com os bombeiros e polícias municipais vimaranenses oferecendo o corte de cabelo. “Os turistas podem ver os bombeiros e os polícias com um cabelo impecável, passando uma boa imagem da cidade”, alude.
Por: Diogo Oliveira
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