Nome completo
António Manuel Silva Lopes

Nascimento
10 de outubro de 1972, Guimarães

Profissão
ComercialAntónio Lopes é o rosto dos Amigos do Vitória, uma associação que nasceu em 2007, depois de o Vitória ter sido despromovido à segunda divisão. O vitoriano organiza deslocações para os adeptos, e chegou mesmo a encher mais de 30 camionetas para a final da Taça de Portugal, em 2013. É comercial na área do turismo, mas o Vitória é a sua paixão incondicional, e garante que irá continuar com os Amigos do Vitória “até ter forças”.

Foi em 2007 que surgiu a associação sem termo jurídico, os Amigos do Vitória, de uma forma inesperada, como o próprio caracteriza. “Foi quando o Vitória desceu de divisão. É curioso que o jornal O Jogo, na altura, escreveu que o quarto maior clube de Portugal desceu de divisão, mas que eles iam continuar a acompanhar, e assim foi. Eu na altura, disse o mesmo a uns amigos na Pastelaria D. João IV, que é o local onde ainda hoje se fazem as inscrições. Eu disse que o Vitória ia para a segunda divisão mas que nós também íamos e vamos lá buscá-lo”, recordou o vitoriano. Sucintamente, os Amigos do Vitória “é um acordo entre várias pessoas, que se juntam e discutem ideias”, referiu. “O sentido foi organizar deslocações, para quem por norma não quer ir com a claque. Se bem que respeitamos e admiramos muito o trabalho da claque. Só que estamos mais direcionados para as famílias, para as pessoas que querem ir num ambiente mais tranquilo”, apontou. António Lopes sublinhou que esta associação surgiu também para dar resposta a uma necessidade, há muito sentida na cidade-berço. “Desde os tempos do Tareco e do Laureta, duas pessoas que ficaram muito conhecidas no mundo vitoriano, que não se faziam deslocações num ambiente mais familiar. Por isso, surgimos também para acolmatar essa lacuna que havia em Guimarães”, referiu.

Sobre as suas memórias ligadas ao emblema do Rei, António Lopes revelou que não se recorda do primeiro jogo a que assistiu do Vitória, mas que a sua ligação ao clube da cidade sempre esteve presente na sua vida. “Não me recordo especificamente do primeiro jogo. A minha ligação ao Vitória nasceu por causa do meu pai, que era bilheteiro federativo. Ou seja, aos domingos, exercia essa função nas bilheteiras do estádio. E o meu pai deixava-me a mim e ao meu irmão na bancada central, eu com cinco anos só. Não me lembro do primeiro jogo, mas lembro-me dos jogadores como se fosse hoje”, relembrou, enumerando alguns jogadores daquela época. Mesmo nos seus tempos de estudante, António Lopes tinha uma rotina especial, que envolvia o clube dos Conquistadores. ” Eu e o meu irmão sempre fizemos parte do Vitória. Na década de 80, fui estudar para Santa Luzia, e nessa altura, quando íamos para as aulas, nos intervalos íamos assistir aos treinos do Vitória no estádio, era verdadeiramente excecional”, apontou o vimaranense.

Relativamente aos momentos mais marcantes, António Lopes respondeu prontamente: “Há três momentos que me marcaram imenso na minha história com o Vitória”. O comum a toda a gente foi a conquista da Taça de Portugal, em 2013. Mas o primeiro momento foi a conquista da Super Taça, nas Antas. Estive nos dois jogos e recordo-me que recebemos a taça com os holofotes do Estádio quase desligados. O segundo momento foi quando subimos de divisão, um dia que nunca mais esqueço. E depois claro, o nosso 26 de maio de 2013, à qual o bilhete para a deslocação dizia ‘Operação Vencer’. Recordo uma entrevista que dei para a Antena 1, mal chegamos ao Jamor. O jornalista, em direto, perguntou-me o que esperavamos para o jogo daquele dia. E eu disse que nós tínhamos ido a Lisboa buscar a taça e íamos embora”, o que se verificou a ser verdade, como todos os vitorianos ainda recordam com orgulho.

António Lopes revelou que os Amigos do Vitória já deslocaram, ao longo destes anos, cerca de cem mil adeptos. O vitoriano garante que este trabalho acaba por ser cansativo, mas que enquanto tiver forças, a associação vai manter-se.