Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesEstá na ordem do dia, devido a um artigo de opinião publicado pelo Jornal O Público, e depois retirado com um pedido de desculpas aos leitores, o papel da comunicação social no filtro das opiniões que veiculam.

Se é verdade que todos os órgãos de informação devem preocupar-se pelo fomento da pluralidade das opiniões, motivando reflexões e discussões na sociedade, menos verdade não é que há uma responsabilidade que tem e deve ser assumida (foi, neste caso, devidamente assumida): A da necessidade de nós, órgãos de comunicação social, veicularmos opiniões válidas, que demonstrem conhecimento, e estejam devidamente fundamentadas.

Sem considerarmos particularmente o artigo em causa, não podemos nunca ser utilizados como veículo para a proliferação de opiniões que comprometam a segurança da população, estimulem sentimentos como o ódio ou a xenofobia, comportamentos como a opressão e a violência, ou movimentos como o fascismo. Não, não podemos, esses não podem passar na nossa malha!

Também o conteúdo e vocabulário ofensivo do bom nome de pessoas e instituições, feito de forma descabida, não pode ser tolerado. Todos temos direito à livre opinião, mas isto não é uma selva.

Felizmente, e digo-o correndo o risco de um dia esta realidade mudar, nunca interviemos sobre qualquer artigo de opinião que nos foi enviado para publicação ao longo das 308 edições deste jornal ou das 100 edições da nossa revista.

Felizmente, os muitos e ilustres vimaranenses que convidamos a partilharem connosco as suas reflexões, e que o fazem de modo descomprometido e livre, apresentam aqui as suas ideias de forma séria, altiva e responsável, como deve ser.

Que a comunicação social continue a ser uma garantia de equilíbrio, de respeito pela democracia e pelos direitos fundamentais.