Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesNa noite de domingo voltamos ao pelado, de sorriso no rosto, de calção e sapatilhas, que chuteiras é coisa de ricos, prontos da mais uma animada partida.

Pelo caminho divertimo-nos, trocamos uns galhardetes, lembramos cacetadas antigas, umas piadas, coisa normal e necessária de quem gosta de andar nestas coisas.

Chegamos ao campo, cumprimentamo-nos e, para espanto de quase todos, ao contrário do que é habitual, só o António trouxe bola. Só havia uma bola. “Que 31 agora”, pensamos nós! Logo o António, que é daqueles mais reguilas e espertos.

Lembramo-nos logo da outra vez, que só o José tinha trazido bola, e a coisa não tinha corrido assim lá muito bem.

Se só um é dono da bola, manda no jogo. Se o jogo não corre bem, habitualmente inventa uma história qualquer para trocar um jogador adversário, dos melhores, para a sua equipa, ninguém lhe pode tocar que é sempre falta e, por vezes, até é golo mesmo que a bola não entre. É a vida, e lá temos que aceitar, senão o jogo termina ali. O António pode pegar na bola e ir-se embora. Afinal, a bola é dele.

Só o António sabe como isto vai correr. Nós vamos todos portar-nos bem a ver se o jogo chega ao fim e nos divertimos, que é para o que viemos. O António até pode vir a revelar-se um tipo porreiro e isto ser uma festa, vamos ver.

Vamos ao jogo que, no fundo, ninguém se pode queixar, se não trouxe bola também. É assim a vida. Bola para a frente.