Aurora Cunha
Por Mafalda Oliveira.

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Nome
Aurora Cunha
Data de nascimento
31-05-1959
Naturalidade
Ronfe
Profissão
Atleta
Começou a correr por “brincadeira”, numa tarde de domingo, ainda em 1974. “Fizeram-se lá algumas provas pelos montes, e eu lembro-me que já usava calças de ganga. Fui eu, uma atleta, uma maria-rapaz, que ganhou a toda gente. O amor pelo atletismo começou aí”, recorda a atleta olímpica Aurora Cunha. Agora, incluem-se no currículo da vimaranense o título de campeã mundial de estrada em três anos consecutivos — 1984, 1985 e 1986 — e a vitória nas maratonas de Paris (1988), Tóquio (1988), Chicago (1990) e Roterdão (1992), assim como a São Silvestre de São Paulo em 1988.
Começou por treinar duas vezes por semana, em Ronfe, de onde é natural, sob orientação do Toninho Serralheiro. “Claro que naquela altura os meus pais não viam muito bem uma jovem andar a correr. Porque parecia mal, era feio, andávamos a mostrar as pernas”, explica. A primeira viagem que fez foi em 1976, com o clube Juventude de Ronfe, a Lisboa. “Ir a Lisboa em 76 era qualquer coisa de espetacular. Os nossos pais não aceitavam muito bem isso. Mas fui sempre uma miúda de luta e de garra”, garante. Foi à capital para participar nos Campeonatos Nacionais de Pista ao Ar Livre.
“Nessa altura, a Rosa Mota já era a recordista nacional e eu bati a Rosa Mota e bati o recorde nacional. Nem sequer tinha a noção do que tinha acabado de fazer. Foi aí o começo de uma pequena viragem na minha vida como atleta, na vida para o Juventude de Ronfe”, assume.
Na verdade, no dia seguinte, Aurora era capa nos jornais desportivos da altura. A partir daí seguiram-se convites de “clubes grandes” e Aurora acabou por se decidir pelo FC Porto, em 1977. “Aqui começou uma nova etapa da minha vida. Eu trabalhava e, na verdade, a minha empresa foi muito importante nos primeiros anos da minha vida, porque sempre me ajudou, facilitando os horários para eu treinar”, garante. Aurora conciliava o trabalho numa confeção em Guimarães com os treinos no Porto. “Não trabalhava à terça e quinta à tarde e tinha de apanhar a camioneta que ia para o Porto, onde gastava duas horas de camioneta. Foi assim até 1984/85, quando depois fiz uma paragem e me tornei profissional do atletismo”, afirma. Do FC Porto, Aurora recorda uma experiência “ótima”.
“Quando saímos de uma aldeia de um pequeno clube e vamos para um dos maiores clubes, é espetacular”, aponta a vimaranense