Comboio entre Braga e Guimarães “será muito difícil justificar”, admite secretário de Estado

Linha ferroviária em risco devido ao elevado custo estimado da empreitada, de “centenas de milhões de euros”.

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O secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, considerou esta sexta-feira que “será muito difícil justificar” a existência de ferrovia pesada entre Braga e Guimarães, pelo elevado custo estimado da empreitada, de “centenas de milhões de euros”.

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“Uma ligação em ferrovia pesada entre Braga e Guimarães exigiria provavelmente um túnel de nove quilómetros, o que coloca o valor da ligação facilmente, numas estimativas por alto, para as muitas centenas de milhões de euros, perto dos mil milhões de euros, com facilidade”, disse esta sexta-feira Frederico Francisco aos jornalistas.

O novo secretário de Estado das Infraestruturas falava aos jornalistas à margem da conferência “Portugal e a Alta Velocidade Ferroviária”, que decorreu esta sexta-feira na Sede da Região Norte da Ordem dos Engenheiros, no Porto, coorganizada com a Ordem dos Economistas.

“Dada a dimensão dos centros urbanos, o volume de procura que nós esperamos, a nossa convicção é que será muito difícil justificar uma ligação ferroviária pesada”, disse o também antigo coordenador do Plano Ferroviário Nacional.

No documento apresentado em novembro e em consulta pública até final de fevereiro, propõe-se um “Sistema de Mobilidade Ligeira do Cávado-Ave”, uma rede que inclui também ligações a Fafe, Famalicão, Felgueiras e Póvoa de Varzim, aproveitando canais ferroviários desativados.

“Propõe-se uma solução de transporte em sítio próprio ligeiro para estas cidades que, ainda que possa numa fase inicial ser rodoviário, com um sistema de Bus Rapid Transit (BRT) ou Metro-Bus, deverá sempre prever a possibilidade de evoluir para um sistema ferroviário”, pode ler-se no documento.

Nas declarações feitas esta sexta-feira aos jornalistas, Frederico Francisco considerou que tal serviço “não tem necessariamente que dar um serviço pior do que teria uma ferrovia pesada”, podendo mesmo incluir “a possibilidade de ter serviços diretos de Fafe até ao Porto”, num sistema ligeiro semelhante ao do metro.

“Se o Metro do Porto tivesse sido construído à data com a bitola do resto da rede ferroviária, hoje em dia poderiam existir serviços que utilizassem as duas infraestruturas”, adiantou o governante.

Na zona do Cávado e Ave, há “um grande número de centros urbanos médios que não geram entre si uma procura suficiente para justificar o investimento numa linha ferroviária pesada, que é necessariamente mais cara”, justificou. “Para além disso, a orografia não é propriamente simpática”, acrescentou.

O Plano Ferroviário Nacional menciona “a ligação de cidades em vales de rios diferentes” na região, “sendo necessário atravessar elevações consideráveis para as efetuar”, sendo o “exemplo mais evidente” precisamente a ligação entre Braga e Guimarães.

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