Dezembro sobre rodas

Por Mariana Silva.

Mariana Silva

Por Mariana Silva Entramos no mês de dezembro e, enquanto caem as folhas deixando as árvores nuas e as temperaturas descem, o custo de vida sobe e as opções políticas pretendem deixar os mesmos de sempre em condições ainda mais indignas.

Na ponta da língua os argumentos da pandemia e da guerra que, apesar de serem válidos, não justificam o que já vinha de trás e começam a ter as costas largas, sendo usados para justificar as políticas que pretendem claramente empobrecer os mesmos e continuar a enriquecer uns poucos.

O cabaz de alimentos essenciais aumentou 6 euros em apenas uma semana, a energia vai aumentar 3% em janeiro, apesar da EDP ter anunciado, em setembro deste ano, 518 milhões de lucros só nos primeiros 9 meses, quando em 2021 teve na mesma altura um lucro de 510 milhões, ou seja, não estamos todos no mesmo barco.

Para 2023 as promessas são de desenvolvimento para o país, tudo vai acontecer, com a aplicação das verbas do PRR, que por todo o país se multiplica em infinitos projetos.

Na mobilidade o futuro é risonho, Porto e Lisboa aproximam-se, a Alta Velocidade vai servir a capital, a cidade invicta e o Minho. As pontes sobre o Douro, as linhas de Metro no Porto e em Lisboa, o novo aeroporto que vai com certeza sair do campo dos estudos, sem esquecer a terceira travessia sobre o Tejo apresentada no Plano Ferroviário Nacional (PFN).

Entretanto, os preços dos transportes públicos coletivos continuam a ser desiguais no país, o interior continuará a ser servido pelo transporte escolar e nos períodos de férias circulará apenas um autocarro de manhã e outro ao fim do dia e, em alguns casos, nem isso.

Sabemos que a mobilidade eficiente e sustentável (leia-se ferrovia) é a solução mais certa para a descarbonização e para a mitigação das alterações climáticas, sobretudo se o investimento for direcionado para reforçar a ferrovia. Mas, ao contrário do que se conhece, o que se promete, os compromissos que se assumem para a descarbonização, o investimento continua a ser direcionado para a rodovia.

Para Guimarães o investimento é direcionado para uma via dedicada ao Avepark, alterações de saídas da Circular Urbana, desnivelamentos de rotundas e quem sabe uma possível ligação aos municípios do Quadrilátero preferencialmente por LRT – uma nova designação que significa Light Rapid Transit – uma espécie de “Metro de Superfície”. Quem sabe, também, se este não será o transporte que aproximará Guimarães da futura estação ferroviária de Alta Velocidade, visto que no PNF não está contemplado desenvolvimento ferroviário para o concelho.

Aguardaremos por mais um estudo que surgirá no final do mês de dezembro para nos trazer, até aposto, mais uma possibilidade, uma visão que terá que ser transformada em projeto, para a qual será necessário encontrar investimento.

Enquanto isso cá vamos andando, numa cidade cada vez com mais trânsito, num concelho desordenado em que as pessoas continuam a precisar do carro individual para se deslocarem e os jovens não são incentivados a usar o transporte público coletivo porque a gratuitidade para circular em todo o concelho, aos fins de semana e nas férias ainda não é uma realidade.

Em 2023 talvez se discutam mais planos, mais possibilidades, com tempo, porque pelos, vistos, por cá, urgente mesmo é a mobilidade elétrica e reforçar o investimento na rede de carregamento rápido, porque a energia está barata, a seca está longe de ser um problema e os recursos naturais são para ser explorados sem equilíbrio.

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