Os cataventos na política
Esses políticos (ou aprendizes) habilidosos, como camaleões astutos, são versáteis e pouco exigentes nas suas alianças, adotando a máxima de que “os fins justificam os meios" como a sua bússola moral. O utilitarismo de Stuart Mill ecoa nas suas estratégias, pois procuram maximizar o seu próprio ganho político, ou pessoal, independentemente dos princípios que possam proclamar em discursos de fachada.
![© José Bastos](https://maisguimaraes.pt/wp-content/uploads/2024/03/Jose-bastos.png)
Assim como o utilitarismo enfatiza a busca pelo maior bem para o maior número, esses oportunistas políticos buscam incessantemente os atalhos que os possam conduzir ao poder e à influência, mesmo que isso signifique sacrificar valores e compromissos ideológicos no altar da conveniência momentânea.
No seu jogo político (ou pessoal) eles são arquitetos de conveniência, construindo pontes de oportunidade sobre o rio turbulento da política, onde a ética muitas vezes se afoga nas correntes da conveniência e do interesse próprio. Assim, o utilitarismo de Mill, distorcido por esses aprendizes de atores políticos, torna-se uma ferramenta para justificar qualquer meio necessário para alcançar os seus fins, independentemente das consequências para a sociedade como um todo.
A coberto do utilitarismo, teoria ética que foi desenvolvida principalmente por filósofos como Jeremy Bentham e John Stuart Mill que sustenta que a moralidade de uma ação deve ser determinada pelo seu resultado ou consequência, procurando maximizar a felicidade ou o bem-estar geral da maior quantidade possível de pessoas, surgem “Cristão novos” que invocando o altruísta princípio do servir o próximo, começa por se servir do próximo para alavancar a sua pretensão e ambição de poder.
Sem esse próximo, sem as suas supostas “tropas” e sem o respaldo de quem lhe suporta (ou, quem sabe, alimenta) a ambição, o altruísta não vê reconhecido o altruísmo; o iluminado não ilumina nada para além do seu ego.
Apenas suportado por outros acredita ser “o tal”. Apenas a partir das suas palavras, ou por si subscritas, se vislumbram as qualidades necessárias para transformar o mundo e para servir a causa pública.
A afirmação de ideias e visões faz-se para além das banalidades das frases feitas. A afirmação de ideias, valores, ética e princípios faz-se nos locais próprios e dando expressão às convicções.
A alguns destes “Cristãos novos” nunca se lhes ouviu uma ideia, uma opinião, uma visão ou até uma simples palavra nos locais próprios e onde, olhos nos olhos, é normal e desejável concordar ou discordar, convergir ou divergir mas é também normal expressar o pensamento de forma livre e direta e ouvir, de forma democrática, o contraditório.
Bem mais fácil é nada dizer nos sítios certos e tudo dizer (ou escrever) onde estrategicamente pareça ser mais fácil perorar sobre quase tudo. Sem contraditório? Isso não será com certeza!
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