Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesEsta semana, damos eco nas páginas deste jornal, da venda do edifício da ACIG, da Associação Comercial e Industrial de Guimarães, por dois milhões de euros. Esta semana é também notícia o pedido de demissão da direção da AVH – Associação Vimaranense de Hotelaria, alegando “ausência de apoio cabal e de solidariedade, pelas entidades competentes, quanto às preocupações e necessidades dos empresários”.

A 25 de setembro de 2019 escrevi neste espaço sobre os motivos que deviam levar os vimaranenses a importarem-se muito com o desaparecimento da ACIG, instituição que teve um passado honroso ao longo dos seus mais de 150 anos de atividade, e que desempenhou um papel determinante na afirmação desta cidade e deste concelho.

Quanto ao pedido de demissão da direção da AVH, surge de um problema que identifiquei na altura, há dois anos, da falta de dimensão, de peso, das associações mono setoriais. Um problema que, a meu ver, e que também referi nesse texto, fragiliza as ainda novas associações de Jovens Empresários de Guimarães (AJEG) e do Comércio Tradicional de Guimarães (ACTG).

Nesta fase em que estão a surgir fundos imensos, quase obscenos, vindos da Europa, com o propósito de mitigarem os impactos da pandemia, verificamos que pelo país as associações comerciais e industriais têm tido um papel preponderante no apoio aos seus associados, e também na definição de políticas de desenvolvimento dos territórios. Este trabalho, alicerçado na iniciativa privada, em conjugação e sintonia com as atividades desenvolvidas pelo setor público, trarão resultados relevantes. Disso, não tenho dúvidas.

Em Guimarães deixou de haver há anos esta força mobilizadora, de cariz privado, que reúna os empresários, os comerciantes, os jovens e os menos jovens, que responda aos seus problemas e contribua com soluções.

Já ontem era tarde para o renascimento de uma Associação assim.