Enquanto o pau vai e vem, folgam-se as costas
Por Mariana Silva.

Por Mariana Silva, Deputada na Assembleia da República (Os Verdes) Os testes que não se fizeram e deviam ter feito, as medidas de prevenção que não se tomaram nos transportes, nas empresas, nas habitações. Os “rankings” dos municípios que se prepararam e investiram mais no combate à COVID-19, como se fosse possível comparar municípios com tantas e variadas características. Os surtos nos lares e de quem é a culpa, como se fossem espaços fechados e sem vida. O desemprego a subir e as vidas a apertar á medida que se intensificam medidas que cortam no poder de compra dos portugueses.
Muitas são as preocupações que deveriam estar nas manchetes dos jornais e nos rodapés das televisões, mas a escolha é clara, enganar, engonhar e atacar.
Em apenas 3 meses, o desemprego dos jovens volta aos 25% registados em 2017, as consultas nos centros de saúde continuam a ser feitas por telefone, os Centros de Dia ainda não sabem que medidas irão aplicar para a sua reabertura, as escolas preparam-se para o novo ano letivo com os problemas de sempre, os transportes públicos não foram reforçados e por isso, os trabalhadores, estudantes e outros continuarão a ser obrigados a fazerem as suas deslocações como sardinhas em lata.
Guimarães perde população, mesmo tendo um polo universitário com prestígio crescente e não é capaz de atrair estes jovens, de os fixar e de lhes dar condições para que queiram ficar no concelho onde fizeram a sua formação superior.
Os salários continuam a ser baixos e o custo de vida, como o preço das habitações, não acompanha as condições financeiras das famílias. A falta de transporte público em todo o concelho e em ligação com os municípios vizinhos não é capaz de responder às necessidades.
De cada vez que há uma crise ou se avizinham eleições, saem das gavetas os vários projetos de ligação Guimarães/Braga em metro de superfície, o famoso tramway. Em 2020 ainda se discute como deve pensada a mobilidade num concelho que perde população desde 2011.
Consta que este investimento pode ser feito através de uma candidatura a fundos no quadro comunitário europeu, no âmbito do Pacto Ecológico para a Europa que aposta na descarbonização, e desta forma insiste-se em começar a construir a casa pelo telhado, porque, enquanto eles discutem, uma viagem de comboio Guimarães-Porto pode hoje demorar até 1h 24m e a ligação Guimarães-Braga de camioneta continua a ter a sua última viagem entre as 19h e as 20h.
E assim se vai perdendo habitantes, com falta de políticas de desenvolvimento para o concelho, com a precariedade tão conhecida na área do turismo, com a falta de apoio às micro, pequenas e médias empresas, com os votos contra a propostas que impediam os despedimentos.
O país precisa de políticas de recuperação económica, precisa sobretudo de aprender com as questões novas e que o vírus colocou e com as velhas que pôs a nu. E Guimarães precisa de perceber como pode usufruir dessas políticas e por isso é importante que o executivo claro o que pretende para o desenvolvimento do concelho e que não se limite apenas a reagir aos problemas e às crises tentando tapar os olhos aos cidadãos.
Post scriptum: Gostaria de aproveitar este espaço para lamentar a morte de Francisca Abreu, com quem pude debater ideias e perceber porque é que o seu espaço na vida política vimaranense será sempre lembrado.
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