FOGO CRUZADO NA JUNTA DE CALDELAS

Constantino Veiga nega ter deixado qualquer passivo na Junta de Caldelas, que o atual presidente invoca como razão para não poder cumprir algumas das medidas anunciadas.

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O novo presidente da Junta de Freguesia de Caldas das Taipas acusou – durante a apresentação das Grandes Opções do Plano e Orçamento 2018-2021 – o anterior executivo de ter deixado um passivo de 100 mil euros, que agora inviabilizam algumas obras previstas. . Constantino Veiga, o anterior presidente, em nota de imprensa, refuta as acusações, e afirma que recebeu a Junta com um passivo de 200 mil euros.

Segundo Luís Soares a Junta de Freguesia está numa situação financeira complicada, devido a desorçamentação continuada do anterior executivo, com a realização de despesas que não tinham cabimento orçamental. O presidente da Junta, eleito pelo Partido Socialista, afirma ter encontrado rubricas orçamentais da despesa, previstas para 12 meses, já esgotadas em outubro. “Por outras palavras, encontramos faturas não lançadas por falta de cabimento orçamental; fornecedores constantemente a bater à porta, querendo saber quando iriam receber pelos serviços prestados e pelos bens fornecidos e faturas que não nos foram dadas a conhecer pelo anterior executivo mas que foram reclamadas pelos fornecedores”, lê-se no documento.Orçamento da Junta de Freguesia menciona que “em função desta situação financeira da freguesia, da falta de orçamento disponível, podem sofrer desvios a execução, a reparação e desnivelamento de passeios para pessoas em cadeiras de rodas e para carrinhos de bebé, a renovação das rotundas da entrada da vila e respetivos monumentos, a criação do centro de convívio e a renovação das casas de banho públicas da feira”. O presidente da Junta afirma que será dada prioridade às faturas que não foram lançadas, e não pagas, de 2017. Luís Soares vai avisando os fregueses que, em virtude destes problemas, é possível que o atual executivo só consiga cumprir 20 das 25 medidas com que se tinha comprometido para os primeiros 100 dias de mandato.

Manuel Ribeiro, o anterior tesoureiro da Junta de Freguesia, que concorreu, nas eleições de outubro passado, contra Luís Soares, encabeçando a lista da coligação Juntos por Guimarães, acusa o atual executivo de deslealdade, por levar para as sessões da Assembleia de Freguesia apresentações de que não dá conhecimento prévio à oposição. O líder da bancada da coligação Juntos por Guimarães lembrou ainda que em nenhuma reunião, das várias que foram mantidas com o atual executivo, foi mencionada a divida de que agora se fala. Manuel Ribeiro fala de manipulação dos números, por serem referidos os débitos sem levar em consideração os créditos, nomeadamente: um saldo bancário de 10 mil euros, liquidação de 33 mil euros pela Câmara Municipal de Guimarães, 17 mil euros referentes à feira, além da cobrança diária da Junta. O anterior responsável pelos dinheiros da Junta afirmou ainda que desconhece uma fatura de 57 mil euros de um empreiteiro.

Já Constantino Veiga, o anterior presidente da Junta de Freguesia afirma que, “é absolutamente falso que o executivo por mim liderado, tenha deixado um quadro financeiro de dívida. A situação financeira da junta de freguesia era positiva, à data da tomada de posse do presente executivo e entrega dos documentos de gestão”. Constantino Veiga mostra-se surpreendido por nunca ter sido contactado, nem durante o processo de “passagem de testemunho”, nem mais tarde, “sobre dívidas ou faturas por pagar”. O anterior presidente diz que “a mentira montada pelo atual presidente da junta é de tal forma inconsistente que é refutada desde logo pelo orçamento apresentado e aprovado pelo partido socialista”, que, segundo Constantino Veiga, não reflete a suposta dívida.

Para Constantino Veiga a alusão a estas dívidas trata-se de um estratagema para justificar “o incumprimento das suas promessas eleitorais” e exige que o atual presidente se retrate publicamente. O anterior presidente da Junta vai mais longe e classifica a atitude de Luís Soares como covarde e insultuosa, e acrescenta que, “aquele que sempre me acusou de vitimização face a Guimarães, começa desde logo o seu mandato a apontar o dedo e a atirar as suas responsabilidades para cima de outros”.

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