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GUIMARÃES RUGBY 8 ANOS DE SUCESSO

Mesmo os leitores menos ligados ao fenómeno desportivo terão memória de uma seleção de rugby que, no mundial de 2007, em França, cantava o hino nacional a plenos pulmões.

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Um ensaio para a vida

Mesmo os leitores menos ligados ao fenómeno desportivo terão memória de uma seleção de rugby que, no mundial de 2007, em França, cantava o hino nacional a plenos pulmões. As imagens desses Lobos (era essa a alcunha da seleção) inspiraram muitos a iniciar-se no rugby.Em Guimarães também foi assim. O mundial decorreu durante o verão e no mês de outubro já se fazia o primeiro treino de captação. A expectativa era modesta, numa cidade sem tradições na modalidade, onde reina o futebol e com pouca promoção. Ninguém imaginava que iriam comparecer 150 pessoas. “Nem nos nossos melhores sonhos imaginávamos algo assim”, explica Luís Rodrigues, atual presidente do GRUFC (Guimarães Rugby Union Futtboll Club), e membro do clube desde a primeira hora. Desde esses dias em que o rugby em Guimarães era apenas mais uma atividade promovida pela “Tempo Livre”, até à formação efetiva do Clube, para poderem participar em competições federadas, passando pela organização das diversas equipas, na variante de sevens e de quinze, foi um longo caminho. Os pontos altos desta marcha terão sido a presença na final nacional de acesso à 1ª divisão, nos últimos 2 anos e o título de vice-campeões de sevens, na 1ª divisão.

Apesar destes sucessos desportivos, Eduardo Raynoch, um dos treinadores da equipa de Sub-18, prefere salientar a vertente de formação do caratér. “O rugby é um ensaio para a vida”, diz o treinador fazendo uma parábola em que aproveita o nome que na modalidade se usa para referenciar a obtenção do objetivo (o golo no futebol). O discurso sobre os valores do rugby é comum a treinadores, jogadores e dirigentes e percebe-se que faz parte da cultura do GRUFC. Não surpreende que o presidente do clube repita várias vezes que “o resultado desportivo é menos importante do que o resultado social”. É assim que se compreende o projeto de levar o rugby aos bairros sociais em colaboração com a Câmara Municipal e com a CASFIG (Coordenação de Âmbito Social e Financeiro das Habitações do Município de Guimarães) e o trabalho efetuado com jovens institucionalizados.

A casa do Rugby em Guimarães é na Pista Gémeos Castro, mas é vulgar encontrar alguma das equipas a treinar no parque envolvente. Os mais novos, sub 12, sub 10 e sub 8 estarão a jogar ou a treinar uma das variantes adaptada para o seu escalão. Os mais velhos sub 14, sub 16, sub 18 e seniores devem andar por ali a fazer treino físico. Para quem pensa que o rugby é desporto para homens grandes e de barba rija, pode ficar surpreendido se encontrar uma senhora a dar o treino físico à equipa principal. Na realidade o rugby é um desporto injustamente visto como sendo apenas para homens grandes e pesados e, de alguma forma violento. Como explicam os treinadores da modalidade, o rugby precisa de diversos atributos físicos, nas diversas posições e funções que existem no campo. Os jogadores que participam na formação ordenada terão de ser fortes, o “peso sobre os seus ombros alcança os 900 Kg”, como nos explicou um dos treinadores, porém, um ponta (normalmente os que finalizam mais vezes) tem que ser rápido e nunca é um atleta muito pesado, o fullback ou defesa tem que ser um excelente tecnicista e ter uma excelente leitura de jogo. O que isto significa é que, ao contrário de outros desportos, no rugby é possível encontrar lugar para explorar o talento de todos. Os treinadores de rugby estão habituados a receber crianças depois de estas terem tido más experiências em outros desportos e fazerem delas casos de sucesso.

Ao longo destes 8 anos o GRUFC teve 3 presidentes, José Couceiro da Costa, Inácio Martins e o atual, Luís Rodrigues, mas teve e continua a ter também um grande envolvimento de pais e atletas na divulgação, organização, direção e treino. Neste clube há cem atletas, mas há também jogadores que são treinadores dos mais jovens e diretores que também são jogadores. Só assim é possível manter de pé um projeto desportivo de rugby, com sucesso e equilibrado financeiramente, numa cidade e num país que não tem tradições neste desporto.

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