Por Adelina Paula Pinto, Vice-presidente e vereadora da Câmara Municipal de Guimarães Decorreu em Guimarães, nos dias 24 e 25 de Novembro, o Seminário Bilateral Etwinning Portugal Espanha. O Etwinning é uma ação do programa Erasmus +, de partilha e colaboração através duma plataforma digital e que está bem presente em muitas das nossas escolas. Tive o prazer de ser convidada para participar no painel “ O nosso futuro belo, sustentável e juntos: as Escolas e o Novo Bauhaus Europeu”, juntamente com a Professora Ariana Cosme e o Carlos Ribeiro, Diretor Executivo do Laboratório da Paisagem!

E foi a propósito desta participação neste Seminário que me coloquei a cruzar os objetivos deste Novo Bauhaus com os objetivos e os desígnios de Guimarães.

Este movimento do Novo Bauhaus Europeu, iniciativa da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, aposta numa nova visão do mundo. Um mundo integrado, interdisciplinar, que junta tecnologia e cultura, inclusão e estética, harmonia e sustentabilidade ambiental! Faz uma forte aposta num Pacto Ecológico Europeu, no desenho duma Europa com mais qualidade de vida, com menos diferenciação e com uma forte aposta no trabalho das cidades com os seus cidadãos.

Efetivamente, Guimarães está na linha da frente nesta resposta a este novo e tão importante conceito. A forma como vamos pensando as políticas públicas, do local para o global, fazendo o mais possível com os recursos próprios mas sem deixar de exigir do governo e da União Europeia o financiamento necessário para os grandes projetos. A Cultura, a Arte, o Belo, o Património, são palavras chave que referenciam Guimarães, que lhe vestem como um fato à medida! Uma Cultura cada vez mais uma Cultura Para Todos, começando nas escolas, passando pelas IPSS, pelo Excentricidade, por todos os grupos etários, por espaços públicos, por ruas, por teatros, associações e museus.

Mas Guimarães é também uma cidade, um território interdisciplinar, onde Ciência e Tecnologia se ligam com Arte e Cultura, onde a transição para o digital se faz também com o reforço das ciências sociais, a abertura de novos projetos na área da cidadania e participação, na construção de novos cidadãos mais capazes de se relacionarem com os outros: ações de auscultação e envolvimento, voluntariado jovem, participação cada vez mais massiva em projetos Erasmus, nomeadamente no Etwinning.

E outra das palavras chave deste Novo Bauhaus também veste Guimarães: a inclusão. Desde logo a inclusão dos novos migrantes. Guimarães tem mostrado como bem se recebe, como efetivamente estes novos migrantes precisam de projetos de vida e não de caridade: falamos dos Sírios, mas também do Afeganistão, dos Ucranianos mas também dos Brasileiros, ou hoje dos Russos. Receber, integrar, ajudar na língua (principal fator de inclusão), entrada nas escolas, partilha da sua cultura, respeito pelas suas crenças, pelas suas vontades! Inclusão significa ajudá-los a desenhar o seu novo percurso de vida, com autonomia, com dignidade, com trabalho, com respeito, com cidadania!

E como o Carlos Ribeiro bem nos mostrou, a Sustentabilidade é o chapéu que, em Guimarães, tem conseguido ligar todas as outras áreas. Não há um mundo belo se não estivermos atentos às alterações climáticas, não há um mundo belo se não tivermos os rios limpos e capazes de convidar ao seu usufruto, ou se continuarmos a não reciclar e a desperdiçar. Por isso Guimarães tem vindo a trabalhar fortemente neste desígnio ambiental, quer pelo lado das obras físicas, quer pelo lado do empoderamento da sua população através de uma abrangente educação ambiental, da qual se destaca o Programa PEGADAS, pela sua forte ligação a todo o público escolar!

Fazer uma Candidatura a Capital Verde Europeia e ser uma das 100 cidades designadas pela União Europeia para a neutralidade Climática em 2030 são duas grandes ambições que se cruzam com o Novo Bauhaus, Guimarães bela, sustentável e junta com a sua população!

Num mundo em mudança, as cidades têm cada vez mais desafios! Guimarães está à frente dos seus!