Nome completo
Inês Rocha

Nascimento
09 de maio de 1982, Guimarães

Profissão
Artista VisualInês Rocha estudou desenho na Escola Superior Artística do Porto – Extensão de Guimarães.

O seu percurso artístico inconstante tem origem nas condições e nos recursos que nem sempre lhe permitiram estar presente, devido a estes factores chega mesmo a “zangar-se” com a arte. Aos 13 anos já sabia muito bem o que queria, viver e estar perto da arte sobretudo das artes visuais. Diz-nos que se morrer a pintar ou a desenhar é porque o seu ideal de vida se concretizou.

Apesar de nem sempre conseguir estar presente e próxima do espaço artístico, nunca se afastou do seu universo criativo e das coisas que acontecem no seu imaginário, pelo contrário, é nas alturas de maior dificuldade que a criatividade se intensifica e ganha forma através do desenho e da poesia, e, quando o seu universo criativo não ganha forma física ele intensifica-se e cristaliza-se em ideias maiores no seu imaginário, está-lhe no ímpeto.

Para Inês são estas experiências tão próximas e reais que a fazem ter uma visão exímia sobre a arte, afirmando-nos que a arte é indefinível, que existe e que está para além do mundo palpável. Crê que a verdadeira arte, aquela que existe no mundo da criatividade pura reside no campo da espiritualidade.

“A continuidade da nossa existência e permanência neste planeta deve-se à nossa criatividade, sem ela não estaríamos aqui, neste ponto onde nos encontramos hoje. Mas, se não acreditarmos em nada disto, sobre esta coisa que é a criatividade, existem outras possibilidades, como por exemplo, acreditarmos que o universo é uma grande ilusão dos sentidos, e que a dor, a raiva e o amor são só coisas do cérebro.”

“Quando estou a criar, quando aplico determinados gestos na pintura e no desenho, ou quando estou a explorar determinadas matérias, estes gestos e este sentir tem que vir de um lugar maior do que eu, para mim e como artista, hoje, só faz sentido assim.”

Apesar do seu percurso artístico conturbado, Inês tem um desejo de permanência, de continuidade e de crescimento artístico, diz-nos que é o “mistério em volta da criatividade que a faz querer permanecer e sentir-se cada vez mais próxima desta realidade”, assim como a vontade de poder conseguir mostrar e dar a conhecer uma dimensão da arte mais profunda, mais consciente do universo que habitamos.

“Planeta Pineal” é a sua primeira exposição individual e está presente na Associação Convívio em Guimarães. Esta exposição reúne uma série de trabalhos realizados nos últimos três anos. “A maioria destas peças foram criadas de uma forma muito experimental, onde misturo várias matérias como metal, madeira, algodão, terra, barro, cola e tintas. Durante o processo criativo sinto uma necessidade muito grande de sentir a fisicalidade das coisas, gosto de mexer na matéria, perceber do que é que esses materiais são feitos.”

“Wormhole” e “Laço Interestelar” são duas instalações criadas com alguns dos materiais referidos. Estas peças já estiveram expostas no Paratissima de Lisboa, um evento de arte contemporânea urbano que se realizou em Alfama, Mouraria, e no Castelo de S. Jorge no ano de 2016.
“Bancada de Caixa Aberta”, “Círculo sobre Círculo” e “A Quarta Dimensão” são outras das instalações desenvolvidas no mesmo registo criativo e que também podem ser vistas no Convívio.