LUÍS MIGUEL CINTRA

Ator e encenador

Luís-Miguel-Cintra

Nome completo

Luís Miguel Valle Cintra

Nascimento

29 de abril de 1949

Madrid, Espanha

Profissão

Ator e encenadorMais de um ano depois do fim da Cornucópia, o encenador estreou a versão integral do espetáculo que criou, num processo aberto ao público, em torno da personagem celebrizada pelo teatro de Molière e pela música de Mozart. As cinco horas de Um D. João Português repartem-se por dois dias no Centro Cultural Vila Flor, e foi a oportunidade para estar à conversa com o Mais Guimarães.

Luís Miguel Cintra, nascido em Madrid a 29 de abril de 1949, filho do filólogo e linguista Luís Lindley Cintra, o professor por excelência. Homem do teatro desde os tempos de estudante da Faculdade de Letras, foi bolseiro da Gulbenkian na Bristol Old Vic Theatre School, encenador, ator de todos os filmes de Manoel de Oliveira e de filmes de outros portugueses, de João César Monteiro a Catarina Ruivo, e também de realizadores estrangeiros.

Foi Prémio Pessoa em 2005, e em 2014 o Festival de Teatro de Almada homenageou-o por toda a carreira. Foi para o Festival de Almada de 2015 que encenou Hamlet, de Shakespeare, na tradução de Sophia de Mello Breyner.

O encenador e ator Luís Miguel Cintra, um dos fundadores do Teatro da Cornucópia, em 1973, viu o teatro a fechar portas no dia 17 de dezembro de 2016. Um dos motivos para o fecho foi a sequência de sucessivos cortes nos subsídios, por parte do Estado, que asseguravam o funcionamento da companhia, com mais de uma dezena de funcionários.

Luís Miguel Cintra, que em 2015 se afastou dos palcos por motivos de saúde, dividia a direção artística com a cenógrafa Cristina Reis. A decisão de encerrar não foi tomada repentinamente, e tinha até já equacionada por Cintra, em 2013, pelos 40 anos da companhia.

“O teatro é uma maneira de perceber as coisas e de viver.”

Ao longo de uma carreira de quase 50 anos como ator e encenador, Luís Miguel Cintra suspira por um teatro que “transmita o que é o pensamento das pessoas que o estão a fazer”.

“O teatro não é um sítio onde as pessoas se exibam para as outras pessoas admirarem. É um sítio onde umas pessoas fazem uma representação da vida e do mundo à sua maneira, para os outros discutirem e partilharem essa visão. Portanto, tudo devia funcionar como se estivéssemos a pensar”, explica.

Luís Miguel Cintra sublinha que o seu “pensamento funciona de muitas maneiras”, frisando que “não é o pensamento discursivo e muito organizado”, mas sim “um pensamento caótico, com uma associação de ideias”, tal como o teatro deveria ser.

“Porque não devíamos fazer isso no teatro? Fica tudo escandalizado com os escritores. Não é o teatro que vai fazer as pessoas mudar de pensamento, mas tenho de pensar nisso”.

Teve muitas pessoas importantes na sua vida… O Orlando Ribeiro era visita diária da sua casa, era colega do meu pai na faculdade. “Ia lá muitas vezes jantar e chegava mais cedo para me dar uma aula de cultura geral. Ensinou-me que quando olhas para uma paisagem tens de perceber que a flora do sítio tem que ver com a construção tradicional das casas e com a arrumação da aldeia.”

O seu pai também teve uma influência preponderante no seu crescimento, na cultura geral e do contacto com a arte. “A minha mãe também colaborava nisso. Eles separaram-se depois, mas durante muito tempo foram um casal unidíssimo. Toda a família queria que eu fosse artista. Aprendi violino, fui para o ateliê do Bartolomeu Cid, fiz um curso na Cooperativa Gravura, mandavam-me para imensos sítios para aprender todas as artes e fazer depois o que quisesse. Sempre fui com os meus pais aos museus, às igrejas”.

Por: Diogo Oliveira

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