Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesA Rússia lançou, na última semana, uma ofensiva sobre a Ucrânia tendo em vista a sua ocupação. Se, numa primeira fase, Putin, o presidente russo, tentou literalmente enganar a comunidade internacional com o pretexto de emancipar dois territórios ucranianos, rapidamente mostrou, com ataques a várias cidades, que o objetivo é, de facto, controlar o país na sua totalidade.

Tenho este como um propósito de vida de Putin, uma invasão que parece ter sido preparada atempadamente pelo líder russo ao longo dos últimos anos. Adivinho também que Putin não se contentará com uma eventual conquista da Ucrânia.

Se a comunidade internacional permitir a queda deste país do centro de Europa abrirá portas a outras intervenções naquela e noutras regiões, lançando o caos por um longo período e um imenso derramamento de sangue, como a Europa não sente desde a segunda Guerra Mundial.

A Guerra está aberta na Europa. Pede-se sangue frio e posição firme nesta hora, até porque Putin ameaçou com a utilização de armas nucleares, deixando perceber que o líder russo não olhará a meios para atingir os seus fins.

A Europa e o Mundo só podem unir-se contra esta intervenção russa e pressionar Moscovo a retirar-se da Ucrânia, algo que só conseguirão através do isolamento do país ou pela mudança de posição dos russos e dos seus governantes. Um golpe de estado na Rússia é o que mais poderíamos desejar neste momento.

Estamos perante um vil ataque a um país que fez um caminho muito significativo de democratização nos últimos anos, contrariando o de aumento do totalitarismo russo, orquestrado por Putin. O primeiro caminhando no sentido da liberdade do seu povo, o outro em sentido absolutamente contrário.

Perante isto, não é hora de duvidarmos da posição que temos que assumir, sem pestanejar.
Não deixemos para os nossos filhos um mundo menos livre do que aquele em que tivemos a felicidade de nascer.