Destreza e elegância a deslizar sobre rodas. Os patins servem para fazer desportos tão distintos como o hóquei e a patinagem artística. No CART o hóquei tem tradição mas agora a patinagem também começa a ganhar força.

Quem desce as escadas desde o bar do pavilhão do Centro de Atividades Recreativas Taipense (CART), em direção ao ringue, ouve o barulho caraterístico das rodas dos pantins no piso de madeira. São as 25 crianças e jovens da secção de patinagem a treinar com as treinadoras Joana Magalhães e Mariana Fernandes. Numa primeira observação, as patinadoras que vão e vêm parecem andar desordenadas. Há meninas tão pequenas que, parece improvável que possam ter um equilíbrio tão perfeito, outras já em idade escolar e há algumas adolescentes. Também por ali andam dois meninos, que não chegam para disfarçar que esta é uma modalidade dominada pelo sexo feminino. “A mais nova tem 5 anos e a mais velha tem 16”, explica Maria Lopes ao mesmo tempo que veste o casaco do fato de treino à pequena Andreia, que se vai equilibrando nos patins enquanto a mãe a ajuda.

“A mais nova tem 5 anos e a mais velha tem 16”

Como acontece muitas vezes, principalmente nestas coletividades fora dos grandes centros, Maria Lopes começou como mãe de dois jogadores de hóquei em patins, foi-se envolvendo cada vez mais com as necessidades de organização do clube e hoje é vice-presidente e diretora da patinagem, além de continuar a ter a família a praticar. O CART tem tradição sobre rodas no hóquei em patins e, pode mesmo dizer-se, é o representante do concelho de Guimarães nesta modalidade. Fazia sentido numa vila, com tanta tradição a andar sobre rodas, haver uma secção de patinagem e foi por isso que a partir do final de 2014 começaram a fazer-se os primeiros treinos. “Fizemos um primeiro evento com a ajuda do Grupo Nun’Alvares, de Fafe, e a adesão foi tão grande que em Janeiro começámos a sério. Formou-se a secção e começaram os treinos de forma mais regular”, descreve Maria Lopes.

O final do treino de sábado

A época desportiva na patinagem acompanha o ano civil, portanto, o CART está nesta altura a iniciar a sua segunda época de atividade. “Na época anterior só treinávamos uma vez por semana, agora já estamos a treinar duas vezes”, diz Maria Lopes, referindo as limitações do espaço que tem que ser dividido com as equipas de hóquei em patins. Atrás dela, uma equipa de sub-15 faz exercícios de aquecimento e impacienta-se enquanto espera pelo final do treino da patinagem. “Vai haver jogo a seguir, treinamos entre as 9 e as 11 horas e depois temos que libertar o pavilhão”. Além dos treinos ao sábado, normalmente entre as 11h00 e as 13h00, há treinos à terça-feira entre as 18h00 e as 20h00. Para assinalar o final da primeira época e lançar a época de 2016 foi organizado um espectáculo, sob o tema “desenhos animados em patins”, em colaboração com a Academia de Patinagem do Marco, no passado dia 9 de janeiro. Nas bancadas estavam mais de 300 pessoas, o que deixa Maria Lopes extremamente animada relativamente ao futuro.

Com a progressão do treino, começa a perceber-se a lógica das figuras que as patinadoras desenham sobre as instruções da treinadora, que fica no centro do pavilhão. Apesar de haver patinadoras mais novas, a federação só reconhece atletas a partir dos 6 anos. Para poderem participar em torneios os atletas têm que fazer testes que os colocam como aprovados ou não, para participar nos torneios. Em 2015 o CART colocou 3 atletas no Torneio de Verão, em Famalicão. Para esta época os objetivos passam por continuar a apoiar cada vez mais atletas no seu desenvolvimento. A seis e sete de fevereiro a 1ª Prova do Calendário Regional vai realizar-se nas Taipas e, como nos confidenciou a diretora da patinagem, há esforços no sentido de integrar o festival da modalidade nas festas da Vila, em junho.

A turma reúne-se num círculo, no centro do pavilhão, para fazer exercícios de alongamento e ouvir falar a treinadora e depois vão saindo de forma elegante e disciplinada. Encontro marcado na terça-feira às 18h00.