Nome completo
Pedro João Oliveira Vinagreiro

Nascimento
15/10/1981
Guimarães

Profissão
ArquitetoOs dias de Pedro Vinagreiro, uma das novas caras da direção do Vitória, dividem-se entre as horas que dedica à arquitetura e as que destina ao clube. Arquiteto associado na Outrasformas e sócio fundador da Workbook – Planeamento e Gestão de Obra, Pedro Vinagreiro assumiu no Vitória a pasta do Património e das Infraestruturas. E como é que se gere duas paixões? A “estaleca” necessária ganhou-a aos 17 anos, quando integrou a Comissão de Festas Nicolinas, em 1999. “Estar na Comissão de Festas ajuda-nos a ter que conseguir conciliar duas vertentes diferentes da nossa vida. Ganha-se, como se costuma dizer, estaleca para lidar com coisas que, provavelmente, um jovem de 18 anos, em condições normais, não lida”, aponta. Pedro Vinagreiro está, aliás, ainda muito ligado às Festas Nicolinas, sendo sócio da ACFN (Associação de Comissões de Festas Nicolinas) e da A.A.E.L.G. (Associação dos Antigos Estudantes do Liceu de Guimarães).

As primeiras memórias do clube são semelhantes às da maioria dos vitorianos. “Numa fase inicial, começas a ver os jogos com a tua família e, numa fase posterior, já não queres andar com os teus pais e começa as ir com os teus amigos”, recorda, entre risos. Pedro Vinagreiro admite que algo que lhe dava muito prazer antes de integrar a direção do Vitória era precisamente ir com os filhos ao futebol. “No fundo é o perpetuar deste sistema de criar vitorianos”, explica. Para o sócio nº 21213, “é aí que reside a força do Vitória. Para além da relação que temos com o clube, é a relação que o Vitória promove entre as famílias”, considera.

Pedro Vinagreiro garante que ainda se consegue pôr “do outro lado”. “Espero conseguir sempre. Visto muito a pele do adepto, do sócio. Temos que dar resposta ao que os vitorianos exigem, que normalmente não é pouco”, admite. O vice-presidente confessa ainda que sempre se sentiu muito confortável em ser um “vitoriano anónimo”, até porque integrar a direção do clube não perfilava nos seus planos. “Porém, o desafio surgiu numa altura em que senti que o Vitória precisava dos vitorianos. Aceitei também porque me vi rodeado de pessoas a quem reconheço, a nível pessoal e profissional, características que me dão segurança para aceitar um desafio desta dimensão”, conta.

“É aí que reside a força do Vitória. Para além da relação que temos com o clube, é a relação que o Vitória promove entre as famílias”

O arquiteto quer contribuir para o seu clube do coração com aquilo que sabe fazer. Depois de estudar artes no Escola Secundária Francisco de Holanda, esteve, durante um ano, a aprender Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade Porto. “Estive lá um ano e senti que faltava alguma coisa, um sentido mais prático da atividade artística. A arquitetura veio, de alguma maneira, colmatar isso”, recorda.

Seguiu para a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, através da qual chegou estudou e trabalhou em São Paulo, no Brasil, no âmbito de um intercâmbio académico.

Depois de terminar o curso, Pedro Vinagreiro começou a trabalhar como estagiário na Outrasformas e por lá ficou até hoje. Entre várias obras que lhe enchem os olhos está o edifício da Assembleia de Guimarães, do arquiteto Fernando Távora, que “passa despercebida da maioria das pessoas”. “Fernando Távora é um dos grandes impulsionadores da arquitetura moderna portuguesa, da escola onde eu me formei e com a qual me identifico”, revela.

Uma das vertentes exploradas pela Outrasformas é a reabilitação urbana, um fator incontornável na cidade berço. “Guimarães foi das primeiras cidades a ter essa preocupação, principalmente na área intramuros. Temos dezenas, ou até centenas, de edifícios reabilitados no Centro Histórico”, conta. Entre as várias obras que recorda dos seus primeiros tempos como arquiteto, Pedro Vinagreiro lembra a Casa do Juncal, das primeiras obras onde teve um envolvimento mais profundo.