Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesDurante a última semana celebrou-se o Carnaval pelo concelho de Guimarães, com a folia que não se via. Novos e velhos lançaram asas à imaginação e saíram às ruas, em Nespereira, em Pevidém, por todas as freguesias e também na cidade. Agora também na cidade.

Na cidade de Guimarães, desde sempre mais inclinada para a conservação de tradições religiosas, festejou-se o Carnaval, esta festa pagã que nunca teve grande relevo, pelo menos nas últimas décadas. Primeiro foram as crianças dos infantários e das escolas, e depois a gente mais crescida, que saiu à rua na noite de segunda-feira. Haja mote, e depois da pandemia, e com a sombra dos dias que correm, o Povo continua a mostra-se ansioso por sair.

Para o sucesso da noite de Carnaval na cidade, acrescento um outro dado, o facto do município ter decidido usar, mais regularmente, a sua sala de visitas, o Largo do Toural, para a realização de eventos de massas.
A mudança surge pela mão da Associação Vimaranense de Hotelaria, cujo presidente, Zé Diogo Silva, tem procurado mostrar a importância da realização destes momentos, quer para os associados da AVH, cafés, bares e restaurantes, quer as dinâmicas da própria cidade.

Mas voltemos ao concelho, porque é aí que moram em Guimarães as tradições de Carnaval, como a leitura do testamento do Arturinho. Para quem não sabe, esta figura imaginária, antes de “falecer”, quis repartir os seus bens. A leitura do seu testamento, cheio de “riqueza e sabedoria”, é feita antes do Povo o lançar ao rio, em voz alta, por um pregoeiro, num momento de sátira, crítica, e boa disposição.
Um momento sempre aguardado com ansiedade pela população, e que é importante para o sentido de comunidade.

Acrescentemos Carnaval, lembrando as tradições que convém preservar.