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“SERES MONSTRUOSOS” APODERAM-SE DO PALCO DO GUIDANCE

“Esplendor e Dismorfia”, uma obra criada e interpretada por Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha, estreia em Portugal esta sexta-feira, 06 de fevereiro, no âmbito do GUIdance. Vera Mantero é também a coreógrafa em destaque desta edição que celebra “vibração feminina”.

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“Esplendor e Dismorfia”, uma obra criada e interpretada por Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha, estreia a nível nacional esta sexta-feira, 06 de fevereiro, no âmbito do GUIdance. Vera Mantero é também a coreógrafa em destaque desta edição que celebra a “vibração feminina”.

©  João Bastos/Mais Guimarães

“Esplendor e Dismorfia” começa com uma voz feminina metalizada – que mais tarde vimos a saber que é de Vera Mantero – onde se debitam todas as formas possíveis que o monstro toma na arte ocidental. Para a coreógrafa, bailarina e artista em destaque da 10ª edição do GUIdance, Vera Mantero, “mais parece um livro de receitas para fazer monstros”. Em palco, dois corpos musculados e estatísticos escutam e fazem lembrar os tais “seres monstruosos”.

Na verdade, o texto parte da obra “O Monstro na Arte Ocidental”, de Gilbert Lascaul e serve igualmente de texto ferramenta para a peça que se estreia a nível nacional na próxima sexta-feira, 06 de fevereiro, no Centro Cultural Vila Flor, no âmbito do GUIdance. “Esplendor e Dismorfia” é uma obra criada e interpretada por Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha.

Criado em colaboração com o construtor sonoro e cénico Jonathan Uliel Saldanha, “Esplendor e Dismorfia” estreou no Festival d’Avignon. “Começámos por trabalhar estas questões de não reconhecer o corpo, um corpo que se deforma e que se trabalha ao ponto de se tornar irreconhecível”, desvenda ao Mais Guimarães Jonathan Uliel Saldanha. Vera Mantero acrescenta que trabalhou sobre essa mesma lista no seu espetáculo “Sob” de 1993. “Tem a ver com o meu interesse torno do monstruoso e de me questionar por que razão há monstros na imaginação humana”, conta.

No fundo, os criadores quiseram trabalhar sobre “a relação com aquilo que não se reconhece, como é feita essa relação quando aquilo que não se conhece é parte do corpo”, acrescenta  Jonathan Uliel Saldanha. Assim, a ideia foi “explodir a partir do mínimo denominador comum, que é um corpo. Temos um corpo altamente acelerado, musculado, avançado, mas sem cara , sem sexo, sem voz, que está dissociada. É uma espécie de explosão de corpo”, decifra o construtor sonoro e cénico.

Recorde-se que esta edição do GUIdance, que celebra 10 anos do festival, dá sentido e força à expressão “dança é uma palavra no feminino”. Além disso, promove o regresso de importantes coreógrafas que assinaram momentos fundamentais na história do GUIdance e de outras que chegam, pela primeira vez, para deixar a sua marca. “Estou muito contente por estar mais presente no festival, por ter duas peças. Estou muito contente porque é muito importante existir este festival aqui, em Portugal, porque há muito poucos festivais de dança contemporânea aqui e é importante que este exista também”, assinala.

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