SOMOS TODOS SOBREVIVENTES

Por Eliseu Sampaio.

Eliseu sampaio

Por Eliseu Sampaio.
Em que cada separação, concebida para cinco homens, acolhiam o dobro e, em agosto eram 70 mil os prisioneiros de Buchenwald e “à direita como à esquerda tinha pares de pés diante do nariz, mas com a fome não sentíamos o perfume”, descreveu Luís Ferreira.

Em maio de 2015, contamos na revista Mais Guimarães a história do vimaranense que combateu na guerra civil espanhola e sobreviveu ao Holocausto. Luís Ferreira esteve detido no campo de concentração nazi de Buchenwald, o maior dos campos de concentração em solo alemão, sendo libertado a 13 de maio de 1945, acontecimento de completará também 75 anos em breve, e que ele descreveu da seguinte forma, em pequenos e improvisados manuscritos a que tivemos a honra de ter acesso “Depois 27 dias de marcha (Parchim) aqui os soviéticos encontraram os americanos e fomos libertados. Para mim era o último dia, se tinha de andar mais um dia também tinha direito a um tiro na cabeça, era a sorte dos que não podiam andar mais.”

Luís sobreviveu para contar a sua história, a história de muitos, demasiados. Largos milhões padeceram nos campos e na guerra. O episódio do Holocausto e dos campos de concentração nazi é uma história demasiado recente para que nos tenhamos esquecido dela assim, para que a recordemos com toda esta ligeireza e tranquilidade. Devíamos ficar desassossegados perante esta revelação. Parece haver hoje uma necessidade de eliminação de episódios macabros da nossa memória coletiva, uma necessidade seletiva.

O Dia Internacional da Lembrança do Holocausto comemora-se a 27 de janeiro e, em 2020, passarão 75 anos da libertação, nesse dia, dos prisioneiros de Auschwitz, o maior e mais terrível campo de extermínio dos nazis. Nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau e nos seus crematórios foram mortas pelo menos um milhão de pessoas, sobretudo judeus. No auge do Holocausto, em 1944, eram assassinadas ali seis mil pessoas por dia.

A 27 de janeiro, pelo menos nesse dia, reflitamos e procuremos lembrar-nos convenientemente do que foi e representa o Holocausto, para que a memória não se apague e a história não se repita.

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